Por: Michele Dias Forão, do ABC paulista
Em 3 de novembro, foi publicado no Diário do Grande ABC que o gerenciamento da água e esgoto da SEMASA, em Santo André, será privatizada. Dois dias após a derrocada do PT nas eleições, a administração pública anunciou que a empresa Odebrecht Ambiental atendeu às exigências propostas conforme edital 001/2015, aguardando o prazo de cinco dias úteis para contestações. Caso não haja contestações, a ação licitatória será concluída. Efetivada esse processo, parte considerável no pagamento de água e esgoto passará a compor a receita da Odebrecht.
O projeto em andamento fez parte da discussão sobre a otimização da distribuição de água, colocada no debate eleitoral durante o qual o PT acusou a SABESP pela insuficiência na distribuição de água. Em contraponto, o governo do estado culpabilizou o município pelo mau gerenciamento e cobrou a dívida de R$ 3,2 bilhões, contestado pelo paço municipal. De acordo com o Diário do Grande ABC, o valor da dívida se dá pela diferença cobrada no pagamento de metro cúbico de água fornecido no atacado. Nesse confronto de acusação é que se estabelece o cenário no município. Enquanto isso, parte da população Andreense permanece no prejuízo.
O que não podemos perder de vista é que a Odebrecht é uma das principais empresas que financiou as campanhas eleitorais do Partido dos Trabalhadores no Brasil e no ABC, nos últimos 14 anos. Carlos Grana é um dos 11 políticos da região citados na lista dos que teriam recebido doações do grupo Odebrecht na campanha de 2012. Com os acordes afinados e trocas de gentilezas entre partido e patronato, a Odebrecht continua se alimentando do Estado e mesmo sendo investigada pela Operação Lava Jato, segue privatizando novos espaços.
Essa aliança evidencia quais caminhos percorridos pelo PT e do quanto não se difere dos caminhos percorridos pelo PSDB e demais partidos de direita tradicional.
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