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BRASIL

Ato reúne movimentos em solidariedade ao MST

Por: Lucas Scaldaferri, de Fortaleza, CE

A Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), espaço de formação política e cultural mantida pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Terra (MST), localizado no Interior paulista, foi covardemente invadida na manhã de sexta-feira (4), pela polícia civil de São Paulo. O momento da invasão foi gravado pelas câmeras de segurança da ENFF e por ativistas que estavam participando de um curso na hora, gerando uma enorme comoção de militantes, lideranças culturais e partidárias do Brasil e diversas partes do mundo.

Como resposta à agressão sofrida à ENFF e ao MST, foi convocado um ato de solidariedade na tarde deste sábado (5), na própria escola. Diversas organizações políticas e movimentos sociais e culturais levaram seu apoio ao MST. Participaram centrais sindicais como a CUT, CSP-CONLUTAS e Intersindical, entidades estudantis como UNE e ANEL e movimentos de juventude como RUA e Levante Popular da Juventude, partidos políticos como PT, PSOL, PCdoB e PSTU. Mais de duas mil pessoas assistiram ao ato pelo facebook e ativistas de 36 nacionalidades estiveram presentes na ENFF.

O MAIS esteve presente no ato, levando solidariedade e respeito a esse importante movimento social brasileiro. Acreditamos que o ataque ao MST é parte de uma agenda de retrocessos para a classe trabalhadora, deflagrado com o golpe parlamentar que levou Michel Temer, o PSDB e o DEM à Presidência da República. A agressão à ENFF e ao MST é uma tentativa de intimidação e criminalização do conjunto dos movimentos políticos e sociais e, por isso, merece ser repudiada.

A principal fala do ato foi feita pelo ex-presidente Lula. Acreditamos honestamente que é legítimo que Lula esteja no ato. Mas, não podemos deixar de criticá-lo pela sua fala. Lula fez um longo balanço dos seus dois governos, mostrando, segundo ele, como o Brasil buscou um voo independente do imperialismo. Apresentou também uma ideia vaga de construir uma Frente Ampla, maior que o PT. Mas, o que Lula não fez, e que a direção do PT se negou a fazer até agora, é uma profunda autocrítica sobre os anos que governou em lua de mel com o capital, como ele articulou pessoalmente o Temer e o PMDB para vice de Dilma, abrindo espaço para os golpistas.

O MST ficou conhecido nacionalmente pela luta heroica pela terra, se enfrentando contra o latinfúndio e os governos de plantão. As ocupações de terras eram sua marca principal. Nesse momento em que o Brasil vive um levante da juventude, que tem como símbolo as ocupações de escolas e universidades, acreditamos que é hora de seguir esse exemplo para derrotar os ataques de Temer, do Congresso e do Judiciário. Precisamos da ousadia da juventude e da força dos trabalhadores da cidade e do campo para construirmos a jornada de luta que começa no dia 11 de novembro. É hora de ocupar tudo.

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