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EDITORIAL

Inaceitável: invasão policial e prisões contra o MST

Cerca de dez viaturas das polícias civil e militar invadiram a Escola Nacional Florestan Fernandes (ENFF), na manhã desta sexta-feira (04). A instituição de ensino, ligada ao Movimento dos Sem Terra (MST), localizada em Guararema (SP), é reconhecida pela formação de jovens e trabalhadores do campo e da cidade.

De acordo com a nota divulgada pelo MST, a Polícia invadiu sem mandado de busca e apreensão, ou seja, a operação foi completamente ilegal.  Segundo relatos dos presentes no local, os policiais chegaram por volta das 9h, bloquearam a entrada da Escola e pularam a janela da recepção dando tiros para o ar. Os estilhaços recolhidos atestam que foram utilizadas balas letais. Há informações, a serem confirmadas, de que dois membros do MST foram presos e um sofreu ferimentos devido aos estilhaços dos disparos.

No momento em que fechávamos esse editorial, às 11h, a Polícia encontrava-se em frente à Escola aguardando a chegada do mandado de prisão.  O MST, em nota, afirma que “repudia a ação da policia de São Paulo e exige que o governo tome as medidas cabíveis nesse processo. Somos um movimento que luta pela democratização do acesso à terra no país e não uma organização criminosa”.

A invasão da Escola Florestan Fernandes deriva das ações deflagradas nos estados do Paraná, Mato Grosso do Sul e São Paulo no dia de hoje. A Polícia Civil executa mandados de prisão contra militantes do MST. Segundo acusação os membros do movimento formariam uma “organização criminosa” responsável por roubos, invasão de propriedade, incêndio criminoso, milícia privada, etc.

Criminalização dos movimentos sociais
A gravíssima operação levada a cabo contra o MST é parte da ofensiva conservadora contra os direitos sociais, trabalhistas e democráticos. O avanço da criminalização dos movimentos sociais e da restrição de liberdades democráticas – conduzido por uma ação articulada entre o Judiciário, forças policiais e os governos – tem como objetivo enfraquecer a resistência social ao golpe contra direitos dos trabalhadores e da juventude.

Solidariedade ao MST
É necessário o mais enérgico repúdio à ação ilegal e antidemocrática ocorrida nessa manhã. A violenta repressão ao MST representa um grave ataque ao conjunto dos movimentos sociais, sindicais e democráticos do país. Trata-se de uma perseguição política que tem como objetivo criminalizar esse importante movimento social. A operação é uma verdadeira afronta às liberdades democráticas conquistadas pela luta do povo brasileiro. Toda solidariedade e apoio ao MST!

Marcado como:
mst / sem terra