As mobilizações reacionárias que começaram em março de 2015 hegemonizadas pelos setores mais abastados das classes médias urbanas e pela burguesia, tinham como objetivo defender o Impeachment de Dilma Roussef (PT). Essa mobilização conservadora apresentou ao Brasil um novo tipo de movimento, até então muito tímido no país: a extrema direita.
O protagonismo de movimentos como o MBL (Movimento Brasil Livre), Vem Pra Rua e Revoltados On Line apresentaram para as ruas uma nova direita, usando novas formas, dizendo-se apartidária e utilizando figuras jovens, inclusive representantes de setores oprimidos. Essas organizações se auto intitulavam “liberais” e buscavam libertar o Brasil da chamada por eles “ditadura petista-bolivariana”, representada pelos governos do PT.
A falência do projeto de conciliação de classes do PT acabou fortalecendo não somente os partidos de direita tradicionais no Brasil como o PMDB, PSDB e DEM, mas também organizações de extrema direita, como o Movimento Brasil Livre (MBL). Essas saíram dos pequenos círculos habituais e passaram a disputar a consciência de todos os trabalhadores e da juventude.
No Brasil, depois de março de 2015 e do impeachment, passamos a nos deparar com representantes desses movimentos nas escolas, universidades e locais de trabalho.
O Movimento Brasil Livre apresentou 44 candidatos a vereador em diversas legendas da base do governo Temer e chegou a eleger oito vereadores pelo país. Com destaque para os nomes de Fernando Holiday, eleito pelo DEM em São Paulo e Ramiro Rosário, eleito pelo PSDB em Porto Alegre.
A Revista Carta Capital afirma que o MBL, surgido em 2014, tem ligações com a rede internacional Estudantes pela Liberdade e tem financiamento garantido por grandes corporações norte-americanas. As mobilizações construídas por esse grupo no ano de 2015 foram financiada pelo PSDB, Solidariedade e Força Sindical.
Aparentemente defensor de uma ideologia liberal, é possível ver uma evolução política do movimento ganhando cada vez mais um tom agressivo e que provoca confrontos com a esquerda. A tentativa de desmoralização dos movimentos sociais, a criminalização das greves e ocupações passaram a ser uma bandeira do MBL. Assim como a abordagem agressiva, como podemos ver no canal de YouTube incentivado pelo movimento, chamado ‘Mamãe, falei’.
Presenciamos essa semana a atuação prática do MBL em Curitiba. Essa organização busca organizar nesta cidade o movimento ‘Desocupa’ e incentiva que pais e alunos se organizem para, através da violência, retirarem das ocupações os alunos, adolescentes lutando pelo direito ao futuro.
Felizmente, a coragem dos secundaristas de Curitiba e a organização na forma de auto defesa impediu que o MBL conseguisse desocupar várias escolas.
Presenciamos vídeos incentivados pelo MBL com assédio em relação a adolescentes, reproduzindo o machismo, o ódio à esquerda e aos comunistas, incentivando a violência e o confronto, um comportamento típico de grupos paramilitares e fascistas. Um show de provocações.
O MBL chegou a reproduzir esse método contra candidatos que representam interesses da burguesia, como fez nas eleições em Porto Alegre, onde se envolveram no episódio de suicídio do coordenador da campanha de Sebastião Melo (PMDB), alvo de uma campanha de vídeo do MBL.
A esquerda não pode mais ignorar a extrema direita representada pelo MBL. É preciso a mais ampla unidade para desmascarar perante os trabalhadores e jovens seus métodos provocadores e que pelo ódio aos trabalhadores, às mulheres, lgbts e aos negros fazem muito lembrar os métodos do fascismo.
A esquerda socialista não vai aceitar as agressões do MBL. O Portal Esquerda OnLine vai estar empenhado em desmascarar política e ideologicamente esse agrupamento de extrema direita.
Por mais Ana Julias e menos MBL.
Foto: Vermelho
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