Polícia detém Corinthianos no Maracanã: lógica punitivista no futebol
Publicado em: 24 de outubro de 2016
Por: Diogo Xavier, de Recife, PE
Neste domingo (23/10) o Maracanã foi palco de mais um episódio de ataque as torcidas no país.
O jogo marcava a reabertura do Maracanã, após longo tempo cedido ao COI para as olimpíadas e era justamente o confronto das duas maiores torcidas do país, Flamengo e Corinthians. Antes da partida, as duas torcidas entraram em confronto, inclusive deixando alguns feridos.
A determinação da polícia do Rio de Janeiro, então, foi a de prender toda a torcida do Corinthians que estava no estádio e obrigar que os torcedores tirassem as camisas e não pudessem ir ao banheiro, ou beber água durante quase três horas. Tudo isso, para que fossem identificados os que haviam brigado, quando na verdade o estádio possui um moderno equipamento de câmeras que identificaria facilmente essas pessoas.
A briga entre integrantes das duas torcidas evidenciou o despreparo da polícia e a desorganização dos que prepararam o evento. Esse fato só corrobora a lógica que tem sido implantada de não buscar os indivíduos que cometeram os atos e sim punir toda a torcida pela briga de indivíduos isolados.
A obrigação de tirar as camisa também mostra a tentativa de descaracterizar os torcedores que estão ali por conta da equipe e têm o direito de se vestirem com as cores do seu clube.
Essa medida só reflete a ideia punitivista com as torcidas, para implantar com mais facilidade o futebol mercado, punindo o coletivo para criminalizar.
Não defendemos a violência praticada no Maracanã, mas as medidas tomadas só mostram que a real intenção não é prender os que cometeram a violência, mas punir o torcedor.
Foto: Reprodução/Fox Sports Brasil
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