Por Ademar Lourenço, de Brasília
Terminou na noite de ontem (20) a ocupação da Frente Nacional de Luta (FNL) na Esplanada dos Ministérios, em Brasília. Cerca de 3 mil pessoas de 17 estados pediram agilidade na reforma agrária e o fim de projetos que prejudicam indígenas e quilombolas.
Também foi pautada a questão da moradia urbana. A FNL reúne movimentos populares de luta pela terra no campo e na cidade. Depois de três dias acampados no centro da capital federal, o movimento conseguiu marcar uma reunião com o ministério da Casa Civil para semana que vem.
A ocupação começou na segunda-feira (17) e terminou depois de um forte temporal que atingiu Brasília na quarta (19) e derrubou as barracas dos acampados. Segundo a coordenação da FNL, não houve repressão policial e a ocupação foi pacífica.
Pautas
Umas das pautas no FNL é a garantia da Reforma Agrária. Para 2017, as verbas para programas para a agricultura familiar e Reforma Agrária vão cair de R$ 750 milhões para R$ 70 milhões. Um duro golpe em milhares de famílias que precisam de ajuda para produzir alimentos. Isto também pode gerar alta nos preços dos alimentos, já que 70% da comida do país é produzida pela agricultura familiar.
Outra demanda do movimento é impedir a aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 215/2000, que transfere do Executivo para o Legislativo a palavra final sobre a demarcação de terras indígenas. O texto é encarado pelos diversos povos tradicionais brasileiros e ativistas como uma ameaça aos direitos indígenas.
Além disso, o FNL reivindica a moradia urbana. No Brasil existem mais de 6 milhões de famílias que precisam de casa, e os cortes do governo Temer podem prejudicar a moradia popular.
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