Por: Lucas Brito, de São Paulo, SP
A resistência estudantil aos ataques do governo golpista de Michel Temer (PMDB) só cresce. Em todo o Brasil, já são mais de mil instituições de ensino ocupadas pelos estudantes. As centenas de ocupações realizadas pelos secundaristas do Paraná contagiaram todo o Brasil e mostraram os caminhos a serem seguidos em todas as escolas, Institutos Federais e universidades. Para resistir ao profundo ataque da PEC 241, a contrarreforma do Ensino Médio e a Lei da Mordaça, a tarefa é ocupar e parar tudo.
Temer chegou à Presidência da República com a responsabilidade de aplicar um verdadeiro golpe contra a educação, saúde, previdência, legislação trabalhista e demais direitos conquistados pela juventude e pelo conjunto do povo trabalhador. A PEC 241 congelará os gastos sociais por 20 anos. Estudo realizado pela UFMG prevê que o impacto dessa medida na universidade seria o corte de R$ 774,8 milhões no orçamento. Não é à toa que essa passou a ser chamada de “PEC do Fim do Mundo”. De fato, a aprovação representará um enorme ataque de grandes proporções.
Mas, a história nos mostrou que a precarização dos serviços públicos nunca vêm sozinha, sempre é acompanhada por outra medida, apresentada como solução depois que os serviços sofreram com o desinvestimento, a privatização. Sem dúvidas, o plano dos setores golpistas é acabar com as escolas e universidades públicas entregando tudo de bandeja para empresários e banqueiros.
No Brasil, os serviços públicos sempre sofreram com falta de priorização e investimentos. A Constituição de 88, com uma série de medidas progressistas, em grande parte nunca saiu do papel. Por outro lado, as políticas educacionais dos governos do PT expandiram e muito o acesso ao ensino superior púbico e aqueceram o setor privado, estimulando com muitos recursos indiretos o seu crescimento. Mas, não o fizeram acompanhado de um sério compromisso com a expansão dos recursos. Pelo contrário, o setor da educação veio sofrendo sucessivos cortes no último período. Ou seja, além de nefasto, os planos de Temer, se aprovados, ‘atingirão em cheio’ as escolas, universidades e Institutos Federais.
Para aplicar tais medidas, o governo terá de se enfrentar com os movimentos sociais, entidades estudantis e demais organizações políticas de esquerda que estão preparando a resistência. E não temos dúvidas que não medirão esforços para nos criminalizar e perseguir. Diante das centenas de escolas, universidades e Institutos ocupados, o MEC, ao invés de buscar o movimento para abrir diálogo e negociação, decidiu partir para a intimidação, exigindo que diretores e reitores da rede federal dos IFs delatem os estudantes que estão ocupando.
Diante de tudo isso, a resposta do movimento estudantil deve ser de intensificar as mobilizações. A cada dia, dezenas de escolas, universidades e IFs são ocupados. Na próxima segunda-feira (24), será iniciada a votação em segundo turno da PEC 241, na Câmara dos Deputados, que deverá ser encerrada no dia seguinte. No Brasil inteiro, o movimento estudantil deve intensificar as lutas. É preciso fazer um Paraná em cada escola, Instituto Federal e universidade em todo o Brasil. Que o presidente Temer, o ministro da Educação Mendonça Filho e todo o Congresso Nacional saibam que segunda-feira (24) vamos ocupar e parar tudo.
#OcupaTudo
#EstudarSemTemer
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