Provocadores do MBL causam confusão na maior escola ocupada no Paraná e são denunciados por violência machista
Publicado em: 20 de outubro de 2016
Por: Leonardo Silva, de Curitiba, Paraná
Nesta quarta-feira (19), alguns militantes do Movimento Brasil Livre (MBL) causaram confusão no Colégio Estadual do Paraná (CEP), que é a maior escola ocupada no estado. Foram momentos de tensão.
Não há dúvidas de que esta ação foi planejada e tinha como único objetivo a provocação, no intuito de criar um fato político contra o legítimo movimento de ocupação de escolas que não para de crescer no Paraná. Já são mais de 800 escolas ocupadas contra a MP 746 e a PEC 241 do governo de Michel Temer (PMDB).
Os provocadores do MBL vieram de fora, agiram com uma postura de coação e intimidação, contra a vontade dos estudantes, muitos menores de idade, filmaram meninos e meninas menores de idade e parte dessas imagens foi divulgada na página do Facebook desta organização.
Esses militantes de extrema direita mostraram todos os seus traços de intolerância. Enquanto um de seus membros filmava a ação, outros provocavam os estudantes com diversas perguntas, no intuito de registrar informações que reforçam a ideologia deste movimento e incitam o ódio dos seus seguidores contra as ocupações. Em tom provocador, fizeram perguntas como “Vocês são a favor da legalização da maconha?”, ou “Vocês são a favor do aborto?”. Ainda perguntaram “Vocês são a favor do impeachment?”, em tom de provocação.
O fato mais grave foi o abuso sexual de uma menina menor de idade. Um dos integrantes desta organização passou a mão no corpo da jovem e fez insinuações que configuram crime de violência. O Boletim de Ocorrência (BO) foi realizado na Delegacia da Mulher, localizada ao lado do colégio. Na delegacia foram tomadas as providências cabíveis.
Não bastasse esta atitude asquerosa e repugnante desses elementos, os provocadores desferiram agressões físicas e verbais contra os estudantes e apoiadores da ocupação do CEP. Sem êxito, forçaram a entrada com truculência e agressividade.
O MBL prega ideologia e métodos intolerantes
Na página deste movimento encontramos muitos exemplos de intolerância e incitação ao ódio contra as organizações de esquerda e os movimentos sociais. Esta postura política sempre está associada a informações distorcidas e mentirosas.
São métodos desonestos e falsificadores. Nesta semana, por conta da greve dos educadores da rede estadual, militantes do MBL confeccionaram uma faixa falsa com a logo da (Sindicatos dos Trabalhadores em Educação Pública do Paraná (APP Sindicato), a faixa continha a seguinte frase ‘Com Dilma e o PT Contra o Golpe’, a foto divulgada foi feita em frente ao Ministério da Educação em Brasília, o que demonstra a articulação nacional planejada desta organização. Outro exemplo das falsificações foi as imagens forjadas, associando a ocupação do CEP a uma bandeira comunista que estaria hasteada em frente ao colégio.
Na página do movimento no Facebook é possível encontrar um vídeo produzido nesta quarta-feira, após a ação no CEP, onde os provocadores tentam associar as ocupações à APP Sindicato, fato que não é verdade, porque as ocupações são promovidas de maneira independente pelos próprios jovens. Desqualificam os estudantes dizendo que são manipulados e ainda tentam responsabilizá-los pela possibilidade de não realização do ENEM. Incitam seus seguidores a começar um movimento pela desocupação das escolas até o dia 30, afirmam que a polícia deveria ‘borrachar todo mundo e tirar todos de lá a força’. Para estes provocadores, todos que estão nas ocupações são ‘vagabundos’.
Não aceitar a violência contra as estudantes
É um absurdo que, neste vídeo, os militantes do MBL fazem pouco caso e debocham da menina que foi vítima de violência. Tratam de maneira nojenta e machista o fato da jovem ter denunciado a violência sexual que sofreu. Isso é inadmissível, trata-se de um desrespeito aos direitos legais conquistados com tanta luta pelas mulheres. É inaceitável que esses provocadores façam ameaças de processar a jovem vítima de violência por ter feito a denúncia na Delegacia da Mulher.
Repudiamos veementemente a ação dos militantes do MBL no Colégio Estadual do Paraná. É preciso unir todas as organizações dos trabalhadores para exigir a punição dos agressores, em especial a punição pela violência praticada contra a jovem. É fundamental que todas as organizações e os estudantes das ocupações se organizem e se preparem para enfrentar futuras ações deste movimento de extrema direita.
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