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BRASIL

Agora é Freixo prefeito

Por: Daniel Tomazine, do Rio de Janeiro, RJ

A candidatura de Marcelo Freixo e Luciana Boiteux ter alcançado o segundo turno na cidade do Rio de Janeiro é um alento num domingo em que vimos Dória ser eleito em primeiro turno na maior cidade da América Latina. Sem dúvida, São Paulo não merece ser governada por um rico que odeia pobre.

A cidade maravilhosa representa, neste momento, uma fonte de esperança para a esquerda brasileira que se viu traída pelo PT e pelo golpe parlamentar de Michel Temer. Neste momento, os ânimos de quem batalhou por candidaturas da esquerda independente (PSOL – PSTU – PCB) pelo Brasil se voltam ao Rio de Janeiro. A bem da verdade, é que mesmo os eleitores do PT e PCdoB depositam na candidatura do PSOL-PCB carioca a esperança de renascimento da esquerda socialista brasileira.

Uma Prefeitura de esquerda, que rejeite as alianças com a velha direita e que privilegie as pessoas frente aos bons negócios é possível, é necessária. Já imaginou o impacto da cidade que sediou a última final de Copa do Mundo de Futebol e a última Olimpíadas ter como prefeitos um homem e uma mulher que dizem que o Brasil foi vítima de um golpe parlamentar? Que digam ao mundo que em verdade a Previdência Social não é deficitária? Pelo contrário, ela faz parte da seguridade social e é superavitária? Ou seja, dá lucro!

Uma campanha a serviço da luta contra o pacote de maldades do governo Temer
Após o último dia 10, onde 366 deputados votaram a favor da PEC 241, a campanha de Freixo e Boiteux se torna ainda mais importante. O candidato pelo PSOL à Prefeitura do Rio fez um vídeo em setembro e uma postagem no último dia 11, logo após a aprovação em primeiro turno da PEC do Fim do Mundo. Esse é o tema mais importante no cenário nacional e que afeta o programa de governo de qualquer Prefeitura.

O PRB, partido de Crivella, votou 100% a favor do congelamento dos gastos públicos em saúde, educação, segurança, cultura, esporte, saneamento básico. Como poderá cuidar das pessoas, se não irá destinar verbas para isso? Parece que o que Crivella deseja mesmo é cuidar dos banqueiros, afinal, a PEC 241 não congela o pagamento da dívida. Freixo precisa denunciar imediatamente o papel nefasto de Crivella e seus aliados no enorme sacrifício que impõem aos pobres desse país.

Ao lado, seguem discussões nacionais que têm imensa importância na luta por uma cidade mais justa, que seja governada com e para os trabalhadores e a juventude da periferia.

A privatização da Petrobras, por exemplo, e o fim da obritoriedade de ser a operadora única do pré-sal irão impactar negativamente a economia carioca, gerando menos empregos, menos impostos e menos royalties.

A importância dos temas nacionais nao é só uma necessidade de resistência, é também uma possibilidade eleitoral. O senador Marcelo Crivella declarou que não irá participar dos novos debates, alegando que Freixo nacionaliza os debates. Se Crivella está com medo só debate nacional, é porque sabe que só tem a perder. Devemos explorar ainda mais esses temas.

É possível e é necessário disputarmos cada voto para Freixo e Luciana para o dia 30 de outubro
Trata-se da disputa ideológica, em primeiro lugar,de que o projeto petista não representa a totalidade da esquerda, que há vozes dissonantes. Em segundo lugar de que não é verdade que “não há outro jeito” de se governar. Tentam nos convencer a aceitar as privatizações, remoções, violência policial, estupros, assassinatos de LGBTs, a retirada de direitos trabalhistas. Mas, é possível uma alternativa que valorize o ser humano, não o lucro.

Eleger Freixo prefeito é dizer que a segunda maior cidade do país não aceita a lógica do PMDB de cidade mercadoria, nem aceita o ajuste fiscal do governo golpista de Temer.

Mas, seria possível governar só com uma bancada de seis vereadores?
O PSOL aumentou em 50% a sua bancada de vereadores, sendo a segunda atrás dos dez peemedebistas e tendo o dobro da de Bolsonaro. Mas, seis em um universo de 51 é muito pouco. Teria então que fazer alianças pela governabilidade? Dizemos que não. O diferencial nunca será a capacidade de fazer acordos em troca de uma maioria simples. Tais acordos levaram o PMDB a governar o país sem ser eleito para tal. A Prefeitura e os vereadores do PSOL devem servir de apoio às lutas da classe trabalhadora. Seus projetos serão aprovados com o apoio do povão carioca, ou não serão. Para a cidade realmente ser nossa, quem tem que governar é a população mais carente dessa cidade. Vereadores e Prefeitura têm de ser a expressão dessa luta na esfera institucional.

O Rio de Janeiro pode MAIS. Pode ser uma fortaleza em defesa dos direitos dos trabalhadores, do povo que sofre para garantir o mínimo direito à vida, e ainda sorri. É preciso arrancar alegria ao futuro. Que esse futuro alegre comece no dia 30 de outubro, elegendo Freixo Prefeito.