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EDITORIAL

Solidariedade ao Haiti já!

Na última terça-feira, 4 de outubro, o furacão Matthew atingiu o Haiti. Ventos de mais de 230 km/h devastaram o país provocando deslizamentos de terras e destruindo moradias, pontes e plantações. O site da Organização das Nações Unidas (ONU) informa que mais de 60 mil pessoas precisam de abrigos e que mais de 800 pessoas morreram. Agências de notícias internacionais já falam em 900 mortos e que esse número pode ser maior na região sul do país que hoje está isolada pelo desabamento de uma ponte.

Infelizmente o número de vidas perdidas pode aumentar, pois doenças como a cólera podem se proliferar, esse ano já foram registrados 28,5 mil casos da doença no país.

Em 2004, com a desculpa de ajudar o país a se estabilizar politicamente e por razões humanitárias, o imperialismo americano, através da ONU, ocupou o Haiti. O Brasil, governado por Lula, teve papel de destaque liderando as tropas dos capacetes azuis. Os anos de ocupação só serviram para garantir a superexploração dos trabalhadores haitianos por multinacionais. As massas haitianas pauperizadas continuaram famintas, marginalizadas e violentadas pelas tropas estrangeiras.

Não é a primeira vez que o Haiti sofre com fenômenos naturais. Em 2010 um terremoto destruiu o país e levou a mais de 300 mil mortes. Mais uma vez ficou evidente que as tropas de ocupação não tinham caráter humanitário e de reconstrução do país. O povo negro pereceu por ajuda para reconstruir o país e ajudar a população a se erguer.

O furacão Matthew também atingiu a Jamaica, Cuba, Bahamas e chegou nos EUA, mas em nenhum desses países foi tão catastrófico como para o povo haitiano. O Haiti é considerado um dos países mais pobres do mundo e consequentemente sem infraestrutura para enfrentar situações como essa.

O Haiti foi o primeiro país da história a ter uma revolução de escravizados vitoriosa contra seus senhores. A força dessa luta assombrou o mundo escravocrata das américas e os senhores na Europa, dando início ao processo de independência das Américas. A ousadia dos negros haitianos, liderados Toussaint L’Ouverture, de se libertarem da França de Napoleão Bonaparte foi punida com forte bloqueio econômico e político.

Precisamos prestar total solidariedade ao povo haitiano e exigir do Brasil que envie comida, água, medicamentos e abra suas fronteiras para a entrada de refugiados. Por outro lado, é preciso acreditar que o povo haitiano precisa ser dono do seu próprio destino, e exigir a retirada imediata das tropas brasileiras do Haiti.

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Haiti / Solidariedade