por Waldo Mermelstein, São Paulo, (SP)
Informações da rede de TV Al-Jazeera dão conta que as forças da ditadura de Assad continuam sua ofensiva sobre a parte leste da cidade de Aleppo dominada pelos rebeldes. Seus tanques começaram a cruzar o front de combates entre as duas partes da cidade pela primeira vez em quatro anos e iniciaram invasão da área controlada pelos resistentes na parte nordeste da cidade, tomando a região de Shuqayif. Segundo o Observatório de Direitos Humanos da Síria, “as forças governamentais estavam avançando gradualmente após batalhas nas ruas da cidade”.
No dia 9 de setembro, Estados Unidos e Rússia haviam anunciado um cessar-fogo decidido em um acordo entre os dirigentes de ambas as potências. Depois de uma semana de vigência, as forças do regime apoiadas (ou lideradas) pelos russos começaram a bombardear os comboios de ajuda humanitária que tentavam chegar em Aleppo. A seguir, as forças governamentais retomaram a ofensiva, com apoio aéreo russo, que assumiu dimensões bárbaras com o bombardeio inclusive de hospitais na região leste da cidade. A vida de 250 mil pessoas na área dominada pelos rebeldes está em perigo. A queda de Aleppo pode também significar uma mudança drástica a favor do regime na guerra civil na Síria. Guerra que já matou cerca de meio milhão de pessoas e, segundo a Agência das Nações Unidas para refugiados, causou cerca de 5 milhões de refugiados nos países vizinhos e 6 milhões de deslocados internos em um país com cerca de 23 milhões de habitantes.
A situação em Aleppo já havia motivado uma jornada de luta em solidariedade com a cidade, denominado “dia mundial de fúria por Aleppo” e só aumenta a urgência de tal chamado. É preciso exigir a retirada de todas as tropas estrangeiras que intervêm na Síria e o fim imediato do massacre em Aleppo e o envio de equipes médicas e aos comboios de ajuda humanitária e garantir a sua entrada na cidade!
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