Pular para o conteúdo

Em Bragança Paulista, apesar da vitória do coronelismo, Frente de Esquerda tem vitória política

Por: Tales Machado de Carvalho, de Bragança Paulista, SP

Em Bragança Paulista, cidade próxima à capital São Paulo, as eleições refletiram a realidade colocada em todo o pais. Jesus Chedid (DEM) teve 60.822 votos e Gustavo Sartori (PSB), 22.155 votos. Renan Oliveira (PSOL), 1.898 votos e Bruno Leme(PT), 556 votos.

Apesar deste resultado, não é certo que Chedid assuma a Prefeitura. Sua candidatura está sub júdice, aguardando decisão final do Superior Tribunal Eleitoral em Brasília, e caso a candidatura de Chedid seja realmente impugnada, haverá novas eleições em Bragança Paulista.

Mesmo com a vitória do coronelismo, a Frente de Esquerda sai fortalecida da eleição, não só pelos votos de Renan Oliveira que teve, mais do que o dobro que a candidatura do PT, que está atualmente na Prefeitura Municipal, como também pela candidatura a vereador do professor Rodrigo Mendes, com o slogan “vereador trabalhador com salário de professor”.  Foi a sétima candidatura mais votada da cidade, não sendo eleito devido ao coeficiente eleitoral. Para se ter uma ideia desta barreira anti-democrática, Rodrigo teve 1.240 votos e não foi eleito. Enquanto isso, o candidato Marcolino (PSDB) teve 592 votos e terá uma cadeira na Câmara Municipal.

A vitória da frente de esquerda não pode ser medida só devido a seus votos. É possível contribuir com a construção de frentes em todo o Brasil. Em Bragança foi composta pelo PSOL, pelo MAIS e por uma maioria de ativistas independentes. O funcionamento foi garantido por plenárias semanais com direito a voz e voto de todos, os materiais de campanha continham o logotipo das organizações que compunham a mesma e os candidatos se apresentavam para a imprensa nos debates e outros espaços, não apenas como candidatos do PSOL, mas como candidatos da Frente de Esquerda. Ao final, até mesmo a imprensa tradicional já classificava Renan Oliveira como candidato da Frente de Esquerda, mesmo sendo só o PSOL como partido legalizado na eleição.

Já é consenso do ativismo que a frente tem que manter suas atividades, por isso já no próximo sábado uma roda de conversa sobre a Reforma no Ensino Médio e a PEC 241 de Temer está marcada para as 14h na Câmara Municipal.