Gabriel Santos, de Maceió, AL
No último dia 28, o sindicato dos professores da Universidade Federal de Alagoas realizou uma assembleia para discutir a PEC 241, a PLP 257 e a possibilidade da construção de uma Greve Geral no País. Como era de se esperar, a notícia gerou tumultos e comentários nos corredores e nas redes sociais, logo professores e estudantes contrários a greve criaram um evento e um grupo no facebook para realizar um ato no dia da assembleia. A resposta, porém, veio rápido. Outro grupo de estudantes, que são favoráveis ao direito à greve, se mobilizou e realizaram um ato contra os cortes de verbas na educação, a “reforma” curricular do governo federal e à retirada de direitos.
Essas duas mobilizações mostram o grau de polarização social que vivenciamos: de um lado temos um avanço do conservadorismo, enquanto do outro temos mais e mais jovens se mobilizando de forma contrária às medidas de Temer e seu governo. A assembleia acabou com os professores deflagrando estado de mobilização permanente e a construção de atividades, mesas e atos para falar sobre a Greve Geral no país.
Qual é a realidade da Educação no Brasil?
Não é segredo para ninguém a situação caótica do ensino público brasileiro, desde a educação básica até o ensino superior. Ao entrarmos na Universidade lidamos com diversos problemas, desde a falta de estrutura como salas de aula adequadas; a falta de papel higiênico, de água e luz; passando pela falta de creches e a falta de assistência estudantil de qualidade que ajude os estudantes a permanecerem numa instituição de ensino superior. Vivemos um verdadeiro desmonte na educação, fruto de uma política consciente vinda do Governo Federal, desde Dilma/PT vemos mais e mais cortes de verbas nas áreas destinadas à educação. Agora, com Temer, as coisas estão piores. O governo golpista já demonstrou interesse em privatizar as Universidades e planeja corte de 45% de verbas para educação em 2017, tudo isso para pagar a dívida pública, que consome 47% do PIB e manda metade da riqueza nacional para o bolso de meia dúzia de banqueiros.
Como se não bastassem os cortes de verbas, vemos um avanço da onda conservadora também na educação. Recentemente, foi aprovado, sem diálogo com a comunidade, uma reforma curricular que busca excluir matérias como Artes, Sociologia, Filosofia e Educação Física da grade do ensino médio. Juntamos isso com projetos como o Escola Sem Partido e vemos que os ricos e poderosos do país estão buscando acabar com qualquer formação crítica dos estudantes filhos da classe trabalhadora.
Porque defendemos uma Greve Geral?
Os ataques não são poucos, nem pequenos. Além de tantos ataques na educação o governo Temer não para por aí. Temos ainda a tentativa de privatizar o SUS, os Correios, a Caixa Federal, de vender a Petrobras para o mercado estrangeiro, sem falar da PEC 241/16 e o PLC 54/2016, que congela por duas décadas o gasto com serviços públicos e impede que se realizem concursos no mesmo período. Podemos citar também os ataques aos Direitos Trabalhistas, pois o governo busca rasgar a CLT e fazer uma reforma trabalhista, pondo fim ao décimo terceiro, às férias e aumentando a aposentadoria para 70 anos, isso sem falar que o índice de desemprego entre a juventude é de 26%. Temer, os banqueiros, os ricos e poderosos do País querem roubar nosso direito ao futuro.
Diante de tantos ataques que vão além da educação, é preciso uma resposta à altura dos movimentos sociais e essa reposta só poderá ser uma grande Greve Geral. A greve não é por pautas salariais. Seria legítimo se fosse, mas não é isso que os trabalhadores vão negociar. A greve é pra barrar a contra a reforma trabalhista e da previdência, para por um fim ao Ajuste Fiscal. A juventude precisa se colocar ao lado dos trabalhadores nestas lutas, pois o nosso futuro esta ameaçado. É preciso construir nas ruas, nas campanhas salarias e nas lutas a mais ampla unidade dos movimentos sociais, partidos de esquerda, sindicatos, organizações dos trabalhadores, da juventude e dos setores oprimidos para construirmos uma Greve Geral que barre os ataques do governo Temer e da burguesia do País.
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