Por: Thaís T., de São Paulo, SP
Esta segunda-feira (03) é um dia diferente na Polônia. A ‘Segunda-feira Negra’, como está sendo chamada pelo movimento feminista polonês, está fazendo com que milhares de polonesas cruzem os braços em uma greve geral e saiam em marcha com suas roupas pretas, contra a proposta de acabar com o direito a qualquer tipo de abortamento voluntário. O aborto no país já é criminalizado, com uma legislação semelhante à brasileira. É possível realizá-lo em caso de estupro, quando há risco de vida à mãe, ou má formação fetal.
A proposta encaminhada ao parlamento prevê que mulheres que realizem o procedimento em qualquer caso, mesmo nos que hoje são permitidos, fiquem passíveis a uma pena de cinco anos de prisão. Situações como as da jovem Belén, a argentina que foi presa ao chegar em um hospital em processo de abortamento sem se quer saber que estava grávida, podem se repetir. Está previsto no projeto de lei que todo e qualquer tipo de abortamento seja investigado.
No último sábado, 1 de outubro, milhares de mulheres e homens saíram às ruas de Varsóvia para exigir a retirada do projeto de Lei do Parlamento. Hoje a expectativa é de que seis milhões de mulheres aderissem à greve geral, seja não comparecendo ao trabalho, recusando-se a fazer serviços domésticos, ou ir às aulas. A iniciativa é inspirada em uma histórica greve na Islândia, que contou com a adesão de 90% das mulheres daquele país na década de 70 e entrou para história como uma das mais importantes mobilizações feministas já realizadas.
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Foto: REX/Shutterstock
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