Nem Folha, nem PMDB: não dá pra esconder a força do Freixo

Por: Clara Saraiva, do Rio de Janeiro, RJ

Neste sábado (1), véspera de abrir as urnas das eleições municipais, saiu uma nova pesquisa do DataFolha que apontou Marcelo Freixo em segundo lugar com vantagem. A Folha de São Paulo, numa verdadeira caricatura do papel manipulador da grande mídia, mudou a manchete da matéria poucos minutos depois de publicá-la, como mostra a foto.

O medo de ter um candidato de esquerda, que não fez alianças com partidos da ordem, que passou a campanha dizendo que irá enfrentar as grandes empreiteiras, a máfia de transporte, as OSs na saúde, as milícias e o tráfico, que as favelas e as escolas precisam de arte e conhecimento crítico, e que é apoiado pelos principais movimentos sociais da cidade, à frente de uma das principais cidades do país, fez eles pagarem esse tipo de mico.

De acordo com a pesquisa, Crivella estaria com 32%, com uma queda de qautro pontos, enquanto Freixo passou para 16%, tomando uma dianteira de Pedro Paulo que estaria com 12% dos votos válidos. Outra novidade foi a pequena subida de Osório (PSDB) e Índio da Costa (PSD), e a pequena queda de Bolsonaro (PSC) e Jandira Feghali (PCdoB).

Na mesma pesquisa, as projeções para o segundo turno foram as revelações mais interessantes. A vantagem de Crivella caiu drasticamente, de 22 pontos para cinco. O que nos faz pensar na legitimidade das pesquisas, que apenas na véspera das eleições buscam se aproximar da realidade para não saírem desmoralizadas. Na projeção do segundo turno, o bispo teria 42% contra 37% de Freixo.

O resultado da pesquisa é claro, Freixo é o candidato mais forte para derrotar Pedro Paulo no primeiro turno, e Crivella no segundo. Se levarmos em conta que, ao longo desses 45 dias de primeiro turno, Freixo teve apenas 11 segundos na televisão, esse resultado demonstra que a força de sua campanha vem da gigante vontade de derrotar o projeto do PMDB na cidade.

Em relação à esquerda socialista, não há outra alternativa do que não ser parte desta grande corrente de mudança. Não há como subestimar a importância que é a possibilidade de eleger um candidato de esquerda à Prefeitura do Rio de Janeiro. Freixo e Luciana podem fazer do Rio uma grande trincheira contra Temer e seus ataques, num diálogo direto com os movimentos sociais, que deverão ter um enorme protagonismo pra fazer valer, pela pressão popular, todos as propostas de seu programa que se enfrentam com o grande capital.

Em tempos em que o Congresso Nacional está completamente desmoralizado, que instituições como o Judiciário ganham autoridade para julgar os políticos, que a corrupção se generaliza e a experiência do PT, interrompida por um golpe reacionário, deixa milhões de brasileiros sem esperança no futuro e sem confiança em suas forças, apoiar e lutar para que Freixo seja eleito é um dever dos revolucionários. Freixo não é um candidato perfeito, longe disso. Votar não soluciona os problemas da nossa vida, só a luta organizada. Mas, desde dentro da campanha, batalhar para que essa corrente seja um pólo anticapitalista no meio da crise econômica e política que estamos afundados, é uma necessidade.