Da Redação
Na madrugada de sábado (01), famílias apoiadas pelo Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), reocuparam terreno na comunidade Skol, no Complexo do Alemão, no Rio de Janeiro. Ainda pela manhã, sem nenhuma negociação, a polícia despejou as 30 famílias. Os barracos foram completamente destruídos e foi tocado fogo no local ocupado. Durante o despejo, três pessoas foram presas e advogados receberam voz de prisão. Já após a desocupação, dois militantes do MTST foram detidos, colocados em viaturas, sem informação de para onde seriam encaminhados.
O local da ocupação é o terreno da Avenida Itaóca 2277. De acordo com o MTST, as famílias viveram por dez anos no local, foram despejadas e passaram mais de seis anos recebendo auxílio-aluguel, sem nenhuma solução de definitiva, apesar de o terreno já ter sido desapropriado para construção de moradia em favor dessas próprias famílias. A ação policial teria como responsável o Major Zuma da UPP do Alemão, que agiu em conjunto com o 3º Batalhão de Polícia Militar. Cerca de 20 policiais fortemente armados participaram da operação.
Imagens do Mídia Ninja mostram tiros a queima roupa nas imediações da ocupação no Complexo do Alemão. Entre os atingidos, o morador Hector dos Santos, um dos três primeiros detidos. Os outros dois foram os midialivristas Renato Moura e Rene Silva, que registravam a ação.
O coordenador geral do MTST no Rio de Janeiro Vitor Guimarães foi atingido por balas de borracha. Ele e outro ativista foram levados pela polícia. “PM diz que levaram os detidos para a 45ºDP, outro diz que pra 22ºDP. Há informações de que estão na Cidade da Polícia. Não sabemos onde estão”, informou o movimento ainda na tarde de sábado. Mais tarde, recebemos a informação de que Vitor teria sido encaminhado à UPA do Alemão e de que por volta das 17h estaria sendo levado à Cidade da Polícia.
Advogados e defensores dos direitos humanos acompanham o caso.
Foto: Mídia Ninja
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