CUT precisa entrar em ação e preparar a greve geral em unidade
As mobilizações e paralisações nesse dia 29 de setembro foram encabeçadas pelos metalúrgicos. A paralisação, convocada por várias centrais sindicais, tinha como objetivo protestar contra o desemprego crescente e o pacote de maldades do governo Temer – as reformas da Previdência e Trabalhista, a PEC 241 e o ajuste fiscal de conjunto.
Tiveram destaque as paralisações nas montadoras em São José dos Campos e em Curitiba, que movimentaram milhares de metalúrgicos com passeatas e repercussão nessas regiões. Em São Paulo e em Campinas também ocorreram mobilizações. Faltou o ABC, o principal sindicato da CUT não mobilizou no dia de ontem.
Além dos metalúrgicos, outras categorias se incorporaram, como operários da construção civil em Belém e Fortaleza. Petroleiros e bancários, em campanha salarial, também se movimentaram. A greve de bancários, que já duras semanas, se enfrenta com a intransigência dos banqueiros.
Nas universidades e Institutos Federais foram realizadas mobilizações e paralisações por todo país, com atividades conjuntas entre técnicos, estudantes e docentes.
Houve ainda mobilizações e atos unificados em várias cidades, com a presença de professores e estudantes do ensino médio, que estão indignados e começam a se mobilizar contra a Medida Provisória da Reforma do Ensino de Temer.
FMI visita Temer num momento em que crescem as mobilizações pelo país
A jornada de lutas do funcionalismo em Brasília, de 12 a 14 de setembro, e as mobilizações e paralisações ocorridas nos dias 22 e 29 de setembro, demonstram que há muita insatisfação com a situação econômica e política do país.
Nessa mesma semana, uma representação do Fundo Monetário Internacional (FMI) veio ao Brasil se encontrar com o governo Temer. Como era de se esperar, elogiou medidas do governo e fez uma série de recomendações, entre elas:
– Controlar o crescimento dos gastos públicos;
– Reforma da Previdência aumentando a idade para se aposentar;
– Rever a fórmula de cálculo do salário mínimo;
– Continuar com a política de juros altos;
– Abrir a economia com a redução de tarifas e barreiras não tarifárias;
– Reforma Trabalhista, retirando direitos como forma de diminuir o desemprego, entre outras medidas que atacam frontalmente os direitos dos trabalhadores para atender os interesses dos que já ganham muito dinheiro.
Muitas das recomendações do FMI já estavam sendo implementadas pelo governo Dilma que, por conta da crise política, não conseguia rapidez do Congresso para aprovar essas propostas.
Mas, agora após o impeachment e com a unidade da maioria dos corruptos do Congresso Nacional em torno do governo Temer, estes projetos estão em ritmo acelerado.
O governo quer votar já no mês de outubro, logo após o primeiro turno, a PEC 241. A medida provisória da reforma do ensino já chegou ao Congresso Nacional e o governo Temer já anunciou que a proposta de Reforma da Previdência já está em fase final para ser enviada ao Congresso após as eleições municipais.
Direção da CUT não demonstra querer unidade para a construção da greve geral
A direção nacional da CUT, que se reuniu recentemente, aprovou um calendário de lutas que aponta a construção de uma greve geral no país entre os dias 08, 09 e 10 de novembro.
Sobram motivos para fazer uma greve geral no país. Mas, nos preocupa que o calendário do movimento sindical esteja totalmente dividido e que as principais centrais sindicais não joguem um real esforço para que os dias de luta aconteçam pela base.
Além disso, a direção da CUT não consultou e nem procurou construir um calendário unificado com o conjunto das centrais sindicais. Dessa forma, não ajuda a unificar o movimento num calendário único, pulveriza forças e demonstra que na realidade a CUT não está levando muito a sério a necessidade dos trabalhadores derrotar o governo Temer e seus ataques.
É preciso que a CUT mude a postura, chame as demais centrais para o diálogo e construa um calendário unificado. Este calendário deve ter como objetivo a construção de uma greve geral no país em unidade de ação com todo o movimento sindical brasileiro.
O outro lado já está unido e atuando. É hora de somar forças para resistir e preparar uma contra-ofensiva dos trabalhadores.
Foto: Sindicatos dos Metalúrgicos de São José dos Campos
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