Por: Pedro Augusto, do ABC Paulista
Está ocorrendo nessa semana uma série de assembleias e Seminários de Greve dos petroleiros e petroleiras em todas as bases do país, com o intuito de apreciar a proposta da empresa e preparar a luta contra a venda de ativos e a campanha salarial.
Tanto nas bases da Federação Nacional dos Petroleiros (FNP), quanto nas bases da Fedração Única dos Petroleiros (FUP), as assembleias estão sendo marcadas por um amplo rechaço à proposta de Acordo Coletivo de Trabalho apresentada pela Petrobras. A maioria das assembleias até agora (23) estão rejeitando por unanimidade. Com a mesma intensidade estão sendo aprovados estado de greve, assembleia permanente e diversas iniciativas de mobilizações locais.
‘Nenhum direito a menos. Não à privatização’ é a marca das assembleias
A proposta contém congelamento do salário base e de diversos benefícios, corte pela metade do valor das horas extras, proposta de regime com redução de jornada e redução de salários e reajuste do salário bruto de 4,97%, bem abaixo da inflação de 9.62% acumulada nos últimos 12 meses, segundo o INPC do IBGE. Isso tudo na mesma semana em que a Petrobras anunciou o novo plano de negócios, que amplia e acelera o plano de privatizações através de vendas de ativos e parcerias com a iniciativa privada.
Comenta-se que a proposta seria a carta de más intenções de Parente. O presidente da Petrobras adotou a estratégia de enviar quinzenalmente uma carta aos trabalhadores, assinada somente pelo primeiro nome, geralmente antes de algum anúncio indigesto para a categoria.
O discurso do ‘sacrifício necessário’ não está pegando
Os resultados das assembleias estão renovando o ânimo da categoria, pois fica claro que o discurso da empresa de que seria inevitável “o sacrifício de todos” encontra grande resistência, ao mesmo tempo em que cresce o debate em torno das melhores formas de se preparar a greve nacional.
Chamado à unidade para superar o atraso
Combinada com a campanha nacional pelo Fora Temer e contra as reformas do governo, a tarefa mais urgente colocada pela base da categoria nas diversas assembleias é a exigência da unidade nacional para lutar. O chamado aos sindicatos e às federações para que convoquem a plenária nacional de sindicatos e ativistas para organizar a greve é uma proposta com bastante eco na categoria.
Um exemplo que demonstra o quanto é possível aos sindicatos da FUP e da FNP fazerem iniciativas em comum foram as Caravanas Unitárias do Estado de São Paulo. Construir a partir das assembleias e setoriais nas bases um calendário unificado de luta em torno das exigências de “Nenhum direito a menos. Não à privatização!” é um passo perfeitamente possível.
Dia 29 de setembro pode unificar bancários, operários das metalúrgicas, dos canteiros de obra e das unidades da Petrobras
No dia 8 de setembro, dirigentes metalúrgicos de todo o país lançaram ação conjunta pela construção de um dia nacional de paralisações no próximo dia 29. É possível que até lá os bancários ainda estejam em greve pela campanha salarial e, junto com setores operários, construam um forte dia de mobilização contra os ataques de Temer aos trabalhadores. A última quinta-feira (22), com atos espalhados por todo o país, em especial as manifestações dos educadores, demonstrou que o governo Temer está longe de obter a estabilidade que deseja para implementar o plano de governo.
Nas assembleias dos petroleiros, muito ativistas também estão pautando a necessidade de incorporar o dia 29 como parte do calendário de lutas da campanha salarial e da luta contra a venda de ativos. Na terça-feira (20), o Sindipetro-RJ foi palco da criação do Fórum de Luta em Defesa das Estatais, a partir do qual diversas entidades representativas dos trabalhadores e ativistas começaram a preparação de uma jornada de luta como parte do esforço para a construção da greve geral contra o governo Temer. Caso iniciativas como essa floresçam em outros lugares, a defesa da Petrobras tem tudo pra se fortalecer.
Assista ao vídeo após assembleia no Litoral Paulista
Foto: Reprodução Sindipetro-LP
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