Países se retiram durante discurso de Temer na Assembleia Geral da ONU

Nova Iorque – EUA, 20/09/2016. Presidente Michel Temer durante abertura do Debate Geral da 71ª Assembleia Geral das Nações Unidas – ONU. Foto: Beto Barata/PR

Por: Gleice Barros, da Redação

Nesta terça-feira (20), representantes de Venezuela, Equador, Costa Rica e Nicarágua se retiraram da 71ª Assembleia Geral da ONU realizada em Nova York. O motivo foi o início do pronunciamento do presidente brasileiro Michel Temer (PMDB). Segundo o presidente da Costa Rica, Luis Guillermo Solís, em declaração em conta do Twiter, ” a decisão, soberana e individual, de não ouvir a mensagem do senhor Michel Temer na Assembleia Geral, obedece à nossa dúvida ante certas atitudes e atuações, e se pretende declarar sobre praticas democráticas”.

Por sua vez, José Serra, ministro das Relações Exteriores do Brasil, declarou que a saída destes países não teve qualquer repercussão. Segundo palavras de Serra, o impacto do protesto foi “zero” e completou: “Em todo caso, a ONU tem 200 países. São cerca de 200 países. Não me parece uma proporção significativa”.

Mesmo assim, o ministro orientou que o Itamaraty convocasse o embaixador costa-riquenho no Brasil para dar explicações, o que só é feito quando há grande descontentamento diplomático entre países.

Cuba e Bolívia também não ouviram o pronunciamento do presidente brasileiro, incorporando-se ao evento apenas após o final do discurso.

Discurso de Temer e nível de aprovação no continente americano
Michel Temer defendeu na Assembleia da ONU a legitimidade jurídica do processo de impeachment de Dilma Roussef, reiterou a importância e idoneidade das instituições jurídicas do Brasil e completou: “tudo ocorreu dentro do mais absoluto respeito à ordem constitucional”. Temer retratou ainda o Brasil “como o país que se constrói pela diversidade” e que “queremos para o mundo, Senhor presidente [Ban-Ki Moon], o que queremos para o Brasil: paz, desenvolvimento sustentável e respeito aos direitos humanos”. Falou ainda sobre o conflito entre Israel e Palestina e defendeu a ocupação militar no Haiti que existe desde 2004 e que é liderada pelo Brasil.

Enquanto isso, a empresa mexicana Consulta Mitofsky divulgou pesquisa em que Michel Temer aparece entre os piores presidentes avaliados do continente americano com 14% de aprovação, ficando atrás apenas do presidente Luis Guilhermo Solís (10%) da Costa Rica. A pesquisa avaliou com base a pesquisas em órgãos de mídia eletrônica todos os presidentes do continente. Desde o presidente Danilo Medida (83%) da Republica Dominicana, Barack Obama (52%) dos Estados Unidos a Mauricio Macri (43%) da Argentina e Nicolás Maduro (21%) da Venezuela.