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OPRESSÕES

Retirada de direitos proposta por Temer afetará mais as mulheres

por Michelle Dias Forão e Bruna Sartori, do ABC SP

O ministro-chefe da casa civil, Eliseu Padilha, deu uma entrevista no início do mês à rede Globo anunciando mais ataques à classe trabalhadora. O governo quer aprovar no congresso o aumento da idade para aposentadoria.

A proposta é que homens e mulheres terão que completar 65 anos de idade para se aposentar, e a medida vai valer para quem tem menos de 50 anos. Se já não bastassem as mudanças nos direitos previdenciários iniciados pelo governo Dilma, o presidente Michel Temer ainda quer piorar a situação.

Além disso, a revista Fórum anunciou no dia 12 de setembro mais uma das propostas da reforma trabalhista do governo Temer: o aumento da carga horária de trabalho diária de 8h para até 12h por dia, com a carga horária semanal podendo ser estendida de 44h para 48h. Ou seja, quem começou a trabalhar agora com 18 anos, trabalhará por 47 anos e 12h por dia, além das várias horas de ônibus.

Dupla jornada das mulheres é ignorada

De acordo com os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD), houve uma ampliação do número de mulheres como responsáveis pela família. Em 2013, o número de famílias tendo a mulher como principal responsável subiu para 38,85%.

A PNAD também estuda o uso do tempo na divisão sexual do trabalho, que identifica os fatores que determinam as desigualdades nos rendimentos e horas aplicadas em trabalho principal e afazeres domésticos.

O estudo de 2012 aponta que as mulheres gastavam 20,8 horas semanais com afazeres domésticos, que, somadas às 36,1 horas aplicadas no trabalho principal somavam 56,9 horas em média. Já os homens, gastavam apenas 10 horas nas tarefas domésticas e 42,1 horas em média usadas no trabalho principal, em um total de 52,1 horas. Essa desigualdade se amplia quando se trata de mulheres e homens com graduação. Nesta faixa, as mulheres dedicam 17 horas semanas para os afazeres domésticos enquanto os homens apenas 5 horas por semana.

Aumentar a jornada de trabalho e a idade para aposentadoria já é um absurdo para os trabalhadores no geral. Para as mulheres é um massacre. É ignorar a dupla ou tripla jornada. É ignorar o fato de que além da exploração econômica, as mulheres são oprimidas nos lugares públicos, nos empregos, e na família. Tudo isto para que os grandes empresários recuperem seus lucros explorando ainda mais as mulheres.

É necessário lutar contra a reforma da previdência

Por isso, o Movimento por uma Alternativa Independente Socialista (MAIS) se posiciona radicalmente contra as propostas apresentadas pelo governo Michel Temer e seus aliados. Elas ameaçam a saúde, a nossa vida e a humanidade de trabalhadoras e trabalhadores.

O MAIS defende um plano de obras públicas para a construção de creches, restaurantes públicos, lavanderias públicas, gerando emprego na construção civil e no setor de serviços. Dessa forma é possível dar oportunidade para que as mulheres possam se dedicar à sua profissionalização formal, com salários e direitos registrados.

Por nenhuma lei que escraviza!

Por nenhuma lei que nos desumaniza!

FORA TEMER

Foto: adesaf