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MOVIMENTO

Greve dos bancários entra na terceira semana sem previsão de acabar

Por Juliana Donato, de São Paulo

Os bancários estão em greve desde o dia 6 de setembro. O banqueiros insistem em oferecer um reajuste abaixo da inflação, apesar de ser o setor que mais lucra no Brasil. além de não sinalizar positivamente em relação às reivindicações da categoria para melhorar as condições de trabalho, como a contratação de mais funcionários e o fim da pressão com as metas.

A greve dos bancários foi deflagrada depois que os banqueiros propuseram apenas 6% de reajuste salarial. A  inflação acumulada no último ano foi de 9,47%. Depois disto, os banqueiros apresentaram uma proposta de 7%, que foi rejeitada pelo comando nacional que representa os bancários ainda na mesa de negociação. A última reunião entre bancários e banqueiros ocorreu no dia 15 (quinta-feira) e foi suspensa sem nova proposta e sem previsão de nova rodada.

É revoltante que o setor mais lucrativo da economia trate assim os trabalhadores bancários. Os comerciários, por exemplo, acabam de conquistar reajuste de 9,62%, sem greve. As reivindicações dos bancários só serão atendidas com uma greve forte, pois esta é a única linguagem que os banqueiros entendem.

Para fortalecer a greve, é preciso que mais bancários participem da mobilização. Infelizmente, a participação não é estimulada pela direção majoritária dos sindicatos, ligados à CUT e CTB. É preciso reverter essa dinâmica e para isso os bancários têm que pegar em suas mãos os rumos da campanha salarial, participando das assembleias e mobilizações.

A greve dos bancários ainda pode se fortalecer e, inclusive, unificar-se com outras lutas que estarão acontecendo nos próximos dias. Nesta quinta-feira (22) teremos um dia nacional de mobilização convocado pelas centrais sindicais pela defesa e ampliação dos direitos sociais e trabalhistas. Haverá mobilizações de diversas categorias em todo o país. Em São Paulo, será realizado um ato, às 10 horas, em frente à Federação das Indústrias (Fiesp). O ato seguirá até o vão do Museu de Arte de São Paulo (Masp), onde acontecerá uma assembleia dos professores, que farão um dia de paralisação. O calendário de mobilizações continua no dia 29, quando os metalúrgicos farão um dia nacional de lutas e paralisações.

Nos próximos dias, também deve entrar em cena uma categoria de grande peso, os petroleiros, que receberam da empresa, uma proposta que congela salários a ataca importantes direitos.

A saída para toda a classe trabalhadora, incluindo os bancários, é unificar suas lutas. Os ataques são os mesmos para todos: reforma da previdência, reforma trabalhista, cortes nos gastos públicos, arrocho salarial. Para que os trabalhadores tenham condições de responder à altura, é necessário que as maiores centrais sindicais do país, a CUT e a Força Sindical, cumpram seu papel de organizar a mobilização. Os ataques apresentados pelo governo Temer e os empresários já seriam mais do que suficiente para terem organizado uma greve geral no país. Esperamos que o dia 22 e o dia 29 sejam passos importantes neste sentido.