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EDITORIAL

Trabalhar até morrer

Dia Mundial da Conscientização da Violência Contra o idoso

O plano do governo de Michel Temer (PMDB) para o brasileiro é trabalhar até morrer. Na primeira semana depois da posse definitiva do governo ilegítimo, o Ministro do Trabalho Ronaldo Nogueira falou em 12 horas de trabalho diária. Também está sendo preparada a proposta de legalizar os contratos precários, os pagamentos por serviço, ou procedimento, a terceirizações sem limite, a prevalência do acordado sobre o legislado, entre outras medias que formariam a chamada Reforma Trabalhista.

Outra reforma que será apresentada é a Reforma da Previdência. Além de trabalhar mais e em empregos piores, a proposta é trabalhar até morrer. Entretanto, na avaliação do governo e do grande capital, o Brasil é um país de muitos direitos, ou, em outras palavras, muitos encargos sociais para a patronal.

A lei e a vida
Há uma enorme distância entre os direitos que estão no papel e a efetivação deles na prática. Isso tem que ser levado em conta pra entender a brutalidade do ataque que está sendo proposto com as reformas Trabalhista e Previdenciária.

O Ministro de Temer falou em 12 horas diárias. O limite máximo atual é de 10 horas. Mas, na vida real do trabalhador este número é muito maior. Nas grandes cidades o tempo de deslocamento amplia ainda mais o desgaste físico e mental dos brasileiros. Já não há tempo para ‘viver’. A rotina do brasileiro é trabalhar para sobreviver.

O Brasil tem 12 milhões de terceirizados. Mas, a terceirização ainda não é sequer regulamentada. Entre as medidas centrais da reforma do governo está a proposta de regulamentar e aumentar a terceirização.

A idade mínima para aposentadoria seria, segundo a proposta de Temer, 65 anos para homens e mulheres. Num país em que a expectativa de vida é de 75 anos, esta tem um sentido ainda mais reacionário. Ainda assim é preciso levar em conta que este número de é obtido através de uma média. Como a desigualdade é brutal, isso significa que nas regiões mais pobres do país esta idade é bem mais baixa. No Complexo do Alemão, por exemplo, a expectativa de vida é de 64 anos. Sem dúvida, com a reforma de Temer uma grande parte da população brasileira vai morrer antes de se aposentar.

Resistir e derrotar Temer
Não é possível dissociar a luta contra Temer da luta contra essas medidas. É para aplicar este plano que este governo foi imposto aos trabalhadores. As mobilizações das últimas semanas demostraram que é possível derrotar Temer e esta deve ser a nossa estratégia.

Qualquer alternativa eleitoral para 2018 significa deixar todas essas medidas serem aprovadas nesses dois anos de governo ilegítimo. Esta seria uma vitória do plano Temer. É preciso e é possível barrar já este processo reacionário. Todos às ruas. Façamos um novo junho contra Temer. Agora, mais forte e mais organizado. É possível vencer.

Foto: ANPR