As mulheres na atual conjuntura

Por: Eliana Penha, de São Paulo, SP

Vivemos hoje uma situação de desmonte dos serviços públicos, cortes nos direitos e um desemprego gigantesco, caminhamos, nas estáticas oficiais, para treze milhões de desempregados. Entre as mulheres, segundo o IBGE, o índice já chega a 9,6%, assim, as mulheres são maioria entre as pessoas desempregadas, representando 52,9% da população. Entre as mulheres negras este índice é ainda mais elevado. Segundo a chefe da OIT no Brasil, Laís Abramo, o índice de desemprego entre as mulheres jovens negras chega a 30,8%. O salário das mulheres, mesmo com maior escolaridade, também é menor.

Neste cenário, para piorar a situação, o governo Temer tenta a todo custo impor, com a ajuda do congresso corrupto, as reformas Trabalhista e da Previdência, que piorarão e muito a vida das mulheres. Para justificar, por exemplo, o fato, segundo o ministro da Previdência, de que os homens vão menos ao médico, e mesmo assim se aposentam com cinco anos a mais de contribuição ao INSS, ele afirma que é porque eles trabalham mais, desta forma não há motivos para que as mulheres se aposentem cinco anos mais cedo. Ele desconsidera totalmente a dupla ou tripla jornada de trabalho a que as mulheres se submetem porque tem de cuidar da casa, filhos e idosos, pois o Estado se omite em disponibilizar creches integrais, lavanderias e restaurantes públicos e cuidadores para os/as idosos/as.

Os absurdos não param por ai, para justificar a tal reforma da previdência, o governo afirma e os meios de comunicação de massa, leia-se Rede Globo e revista Veja, fazem coro, que a previdência tem um déficit gigantesco e que por este motivo se faz necessário mudar as regras para a aposentadoria. Diz também que a expectativa de vida dos brasileiros/as aumentou e que o numero de contribuintes é muito menor que o de beneficiários. O que o governo NÃO diz, é que existem impostos, como o COFINS, por exemplo, que pagamos automaticamente na nossa conta de energia elétrica, que são destinados á Seguridade Social, ou seja, dinheiro tem e muito, resta saber para onde vai.

A Reforma Trabalhista é igualmente cruel a todos, porém para as trabalhadoras, é ainda pior. Flexibilização de direitos, terceirizações, banco de horas e fim da estabilidade no emprego para o setor público que é aonde a maioria das mulheres estão localizadas.

Todos estes ataques precisam ser barrados com nossa mobilização, mas que isso, com nossa organização nos locais de trabalho e estudo. É preciso dizer Fora Temer corrupto e exigir eleições gerais, além de construir uma greve geral, para não deixar que acabem com direitos conquistados com tantas lutas.