Por: Gleice Barros, do ABC, SP
Nesta quarta-feira (31), durante ato que ocorria em São Paulo, a estudante da UFABC Deborah Fabri, de 20 anos, foi ferida por estilhaços de bomba no rosto. Deborah, que perdeu a visão do olho esquerdo, teve que ser atendida às pressas, enquanto a PM reprimia ato que protestava contra o impeachment de Dilma Roussef (PT) e pelo Fora Temer (PMDB).
O ato começou em concentração no Masp, na Avenida Paulista, às 18hs. Saiu em caminhada e às 20h ocupava uma faixa da Rua Consolação. Segundo relatos de manifestantes, foi neste momento que a Polícia Militar começou a reprimir e encurralou várias pessoas com bombas de efeito moral e balas de borracha.
A PM de São Paulo já tem por prática a repressão em atos e manifestações com violência e arsenal numeroso. Na terça-feira (30), outro ato também no centro da cidade de São Paulo teve repressão por manifestar-se contra o impeachment.
Desde 2013, com o aumento das manifestações veio em igual proporção o aumento dos atos repressivos por parte da PM paulista. No início de agosto saiu sentença contrária ao fotógrafo Sérgio Silva, que também perdeu a visão depois que foi atingido por uma bala de borracha no rosto, em 2013. O juiz que julgou o caso considerou que Sérgio não deveria ser indenizado, pois sabia dos riscos de estar na manifestação e, portanto, colocou a si mesmo em risco. Após a repercussão da sentença, foi criado um movimento de fotógrafos, o #CulpadoPorFotografar.
Deborah já teve alta e agradeceu em postagem via Facebook as mensagens de apoio que recebeu. A estudante, que é de Minas Gerais, está atualmente morando em Santo André e mudou-se para estudar na UFABC.
Foto: Jornalistas Livres
Comentários