Saiba como funciona as eleições presidenciais nos EUA
Publicado em: 25 de agosto de 2016
Paulo Aguena, de São Paulo, SP
O sistema eleitoral estadunidense é bem distinto do sistema eleitoral brasileiro. Como no Brasil, as eleições presidenciais nos EUA ocorrem a cada 4 anos. No entanto, o voto não é obrigatório. É facultativo. Nos EUA, convencer os eleitores a votarem é decisivo para o resultado das eleições. Veja abaixo, passo a passo do sistema eleitoral norte – americano.
A escolha dos candidatos e as convenções partidárias
– De fevereiro a junho, os partidos realizam prévias entre pré-candidatos em cada estado. Após as prévias, os partidos oficializam seus candidatos numa Convenção Nacional. Cada partido tem seu próprio sistema de representar seus eleitores.
– A Convenção Nacional é constituída por delegados e por superdelegados. Os superdelegados são membros do Comitê Nacional do partido, membros da Câmara de Representantes e do Senado. Os delegados são membros dos partidos eleitos nas convenções de cada estado.
– O voto do delegado é vinculante, ou seja, na Convenção Nacional ele deve votar no candidato eleito no seu estado.
– Os delegados são eleitos de duas formas: através do caucus e das primárias. Em ambos os casos, os eleitores só podem participar das prévias de um só partido. Caucus são assembleias de cidadãos filiados aos partidos em que se debate quem é o melhor candidato. As eleições primárias são indiretas. Os eleitores de cada partido não votam diretamente nos pré-candidatos, mas em delegados. A disputa direta dos pré-candidatos ocorre na Convenção Nacional, onde votam os delegados eleitos nos estados.
– O voto nos delegados é secreto, podendo ser abertas ou fechadas aos filiados do partido.
– Iowa e New Hampshire são os primeiros estados a votar nas prévias, por isso vencer neles é estratégico. Por exemplo, apesar do número de delegados do caucus de Iowa ser pequeno, 10% no caso dos democratas e 15% no caso dos republicanos, sua importância se remonta às eleições de 1976. A vitória do democrata Jimmy Carter demonstrou que um bom resultado nesta votação pode catapultar qualquer candidato aspirante à presidência dos EUA. Desde então, os eleitores de Iowa se transformam nos protagonistas absolutos do começo da campanha.
– Oficialmente, há dezenas de nomes disputando as eleições. Os candidatos independentes correm por fora do sistema bipartidário dos partidos Republicano e Democrata. Os independentes, no entanto, não têm chances reais de eleição e, por vezes, nem mesmo figuram nas cédulas eleitorais de todos os Estados.
A eleição da chapa presidencial e o Colégio Eleitoral
– Em Outubro, os candidatos escolhidos nas primárias participam de três debates.
– A população vota nos candidatos em 8 de novembro. As eleições ocorrem sempre na terça-feira seguinte à primeira segunda-feira do mês de novembro.
– A eleição é indireta. O candidato vencedor em cada estado tem o direito de receber os votos daquele estado no Colégio Eleitoral (Electoral College).
– Desde 1954, o Colégio Eleitoral é composto por 538 cadeiras. Para vencer é necessário, no mínimo, 270 votos. Caso nenhum candidato obtenha 270 votos, de acordo com a Emenda 12, caberá à Câmara dos Representantes escolher o Presidente. Cabe ao Senado a escolha do Vice-presidente. Esta situação já ocorreu duas vezes na história. A primeira se deu em 1801, quando Thomas Jefferson foi eleito presidente; a segunda ocorreu em 1825, quando foi eleito John Quincy Adams.
– Os votos a que um estado tem direito variam conforme o tamanho da população. Assim, enquanto a Califórnia tem direito a 55 delegados, Montana tem direito a apenas 3.
– A eleição dos representantes (delegados) de cada estado para o Colégio Eleitoral não é proporcional. Ou seja, quem ganha leva todos os representantes daquele estado. Esse sistema é conhecido como “The Winner Takes It All” (“O Vencedor Leva Tudo”). Os únicos Estados em que se realiza uma contagem diferente são Maine e Nebraska. Estados que mudam de preferência em cada eleição, chamados “Estados-pêndulo” (swing states), são os maiores focos de interesses. Por isso, geralmente, os candidatos passam a maior parte do tempo da campanha neles.
– Esse sistema impõe uma dinâmica em que um candidato pode se tornar presidente mesmo sem ter a maioria nas urnas. Foi o que ocorreu nas eleições de 2000, quando o republicano George W. Bush ganhou do democrata Al Gore no Colégio Eleitoral por 271 votos a 266, mas teve menos votos dos eleitores (47,87% contra 48,38%, ou 500 mil votos a mais para Al Gore). Foi a quarta vez que isso ocorreu na história.
– A posse do novo presidente é 20 de janeiro.
Foto: Scott Olson/Getty Images
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