Petroleiros, bancários e trabalhadores dos Correios articulam paralisação nacional para setembro

Por Pedro Augusto, de São Paulo

Às vésperas da data-base de petroleiros, bancários e trabalhadores dos Correios, dezenas de ativistas de base e representantes sindicais reuniram-se na última sexta-feira (20), durante a Coordenação Nacional da CSP Conlutas, para debater como unificar as campanhas salariais das três categorias.

Enfrentando um inimigo comum, o governo ilegítimo de Michel Temer, e diversas ameaças de arrocho e privatização, mais do que nunca os trabalhadores veem a necessidade de enfrentar de forma unitária essas medidas, articulando nacionalmente uma paralisação que pode ser um passo importante para a construção da greve geral no nosso país.

O dia 15 de setembro foi a data escolhida. Diversas bases de trabalhadores dos Correios nesta data poderão dar início a uma greve por tempo indeterminado. Seria necessário, então, realizar setoriais, assembleias e reuniões de base para estender essa paralisação também aos bancários e aos petroleiros.

Os representantes do Movimento Nacional de Oposição Bancária (MNOB), da Federação Nacional dos Trabalhadores em Empresas de Correios e Telégrafos (FENTECT) e da Federação Nacional de Petroleiros (FNP), presentes na reunião, comprometeram-se a levar às reuniões de suas entidades a proposta de construção dessa paralisação nacional. Diversos grupos de oposição presentes na reunião firmaram o mesmo compromisso, deixando otimistas todos os presentes quanto à possibilidade de realizar uma ação de impacto nesse dia.

A CUT precisa somar
No entanto, para que os trabalhadores tenham sucesso nessa empreitada, será fundamental que haja uma forte pressão da base dos sindicatos bancários ligados à CONTRAF/CUT e dos sindicatos petroleiros ligados à FUP para que essas federações assumam essa data como parte de seu calendário de luta.  A grande maioria dos bancários e dos petroleiros encontra-se nas bases dessas Federações, o que faz com que esse dia só tenha o peso necessário para abalar o ímpeto do governo caso as direções ligadas à CUT tomem para si a construção do dia 15.

Ao término da reunião, foi encaminhado a construção de um manifesto com um chamado ao dia nacional de luta e mobilização, que deve percorrer todo o país recolhendo adesões das entidades representantes dos trabalhadores e, ao mesmo tempo, aquecendo os motores para essa grande batalha que se avizinha.

A mensagem que percorreu todos os três dias de reunião da Coordenação Nacional da CSP Conlutas foi a necessidade de realizar unidade de ação com todas as entidades dos trabalhadores do país, além dos estudantes e movimentos sociais. A Caravana à Brasília que é preparada pelos servidores públicos, o movimento estudantil e movimentos populares nos dias 12, 13 e 14 de Setembro apontam nesse mesmo sentido.

Construir dias nacionais de luta pelo Fora Temer, contra as reformas trabalhista e da previdência, além dos ataques aos servidores públicos e às empresas estatais, são fundamentais para colocar os trabalhadores em ação, criando o clima para uma greve geral que derrote Temer, coloque pra fora o seu governo e exija eleições gerais com novas regras.

Se é verdade que não há motivos para sentir saudades do governo Dilma, que iniciou a aplicação do ajuste fiscal em nome dos banqueiros e empresários do país, ainda mais verdadeira é a necessidade de unir todos os gritos de Fora Temer em ações comuns contra esse governo e o congresso corrupto que o conduziu ao poder através da farsa do impeachment.