Por: Gibran Jordão, de Brasília, DF
Nessa terça-feira (23), em Brasília, está ocorrendo reuniões entre as entidades sindicais nacionais e centrais que envolvem o funcionalismo público federal, estadual e municipal. Na pauta está colocado a tarefa de construir um forte movimento para enfrentar o governo Temer (PMDB) e os ataques implementados por ele contra os trabalhadores.
O Fórum das entidades nacionais do funcionalismo público federal está convocando uma grande caravana a Brasília com acampamento para os dias 12, 13 e 14 de setembro. Essa iniciativa será articulada com as categorias que estão em campanha salarial, como petroleiros, bancários e trabalhadores dos Correios. Também, com as centrais sindicais e movimentos sociais. O objetivo é fortalecer uma jornada de lutas em torno de bandeiras comuns com a perspectiva de construir uma greve geral no país.
Essa caravana poderá ser um marco importante para essa construção, e por isso é tarefa número um de cada sindicato começar um forte trabalho de base para mobilizar o máximo de trabalhadores para Brasília. É fundamental o papel das oposições nesse processo, atuando em frente única com as direções que estão a favor de construir a luta, ou cobrando e construindo no lugar das direções que estão fazendo corpo mole.
Não resta dúvida que as centrais sindicais, em especial as maiores do país, como CUT e CTB, precisam jogar força nesse processo. Não é possível tratar essa caravana e a construção de uma greve geral com vacilos e corpo mole. É hora de colocar o bloco na rua para valer. O dia 16 de agosto foi uma iniciativa muito importante que unificou várias centrais para lutar, mas foi insuficiente, o movimento sindical brasileiro pode mais.
Nesse último fim de semana, a CSP-Conlutas fez um importante debate sobre a conjuntura nacional e aprovou uma resolução que vai no sentido de construir a caravana e a greve geral. É muito importante que as demais centrais possam se incorporar a esse processo, para que seja possível parar o país para derrotar a PEC 241, o PLP 257, as privatizações, defendendo direitos, salários, emprego e necessidades básicas do povo trabalhador, como moradia, saúde e educação.
O ataque dos senhores do capital aos direitos, aos recursos naturais e a liberdade é global. É preciso seguir o exemplo dos trabalhadores na Grécia, França e em vários outros países da Europa, que aos milhares foram às ruas e pararam por várias vezes a produção e os serviços públicos em grandes greves unificadas contra os planos de austeridade.
Dilma e o PT pagaram caro pelos ataques que fizeram contra os trabalhadores, tanto é assim, que agora na ocasião do impeachment orquestrado por um congresso de corruptos, a maioria da população e dos trabalhadores não tem disposição de ir às ruas defender o mandato de Dilma. Ao mesmo tempo, Temer, que está aprofundando o ajuste fiscal que começou no governo passado, também não tem popularidade. A maioria dos trabalhadores tem manifestado em pesquisas de opinião o desejo de eleições gerais no país. Isso significa que inevitavelmente é preciso mobilizar pelas nossas demandas econômicas e, consequentemente, fortalecer o movimento pela derrubada do governo Temer. É preciso defender o Fora Temer e que aconteçam eleições gerais imediatamente.
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