Por: MAIS Niterói
Niterói se destaca por ser uma cidade de grandes desigualdades, ao mesmo tempo em que se manteve com a maior concentração de ricos do país, o município registrou, em novembro, o maior numero de desempregados desde 2003.
Em cada nova matéria nos jornais confirma o que a população sente na pele e vê nas ruas, os empregos formais estão diminuindo a cada mês. Só no primeiro trimestre desse ano, o comércio, um dos principais empregadores da cidade, despediu 1420 pessoas, o pior resultado desde 2007. A industria naval, que chegou a empregar mais de 18 mil pessoas, em sua maioria trabalhadores negros, nos sete estaleiros da cidade, fechou, a partir do escândalo da Lava Jato, 83% dessas vagas, contribuindo para que o estado do Rio fosse o segundo no país em fechamento de postos de trabalho. As demissões não param.
Com desemprego recorde não é incomum que se formem filas quilométricas de trabalhadores procurando emprego. A saída para muitos deles são as vagas com baixíssimos salários nas empresas terceirizadas, muitas das quais não garantem direitos básicos como salário em dia, férias e 13º. Ou ganhar a vida no mercado informal, como ambulantes, se sujeitando às perseguições e humilhações, recorrentes no período natalino, a mando do prefeito Rodrigo Neves (PV).
Atual PV, Rodrigo Neves, embora tenha rompido recentemente com o PT, seguiu a risca o modelo petista de gestão ao longo de seus quatro anos de governo. Recebeu financiamento dos estaleiros na sua campanha de 2012 e teve o nome citado nas investigações da Lava Jato por ligações com duas empresas envolvidas nas denúncias de negociações ilícitas de contratos com a Petrobrás e de construção de obras na cidade, a UTC Engenharia e a Odebrecht Infraestrutura. O prefeito manteve o silêncio e nada fez quando milhares de trabalhadores do Estaleiro Mauá foram despedidos sem qualquer direito. Escolheu um lado, e não foi o dos trabalhadores.
A educação pública de Niterói que o diga. Ao longo do mandato, Rodrigo Neves recebeu os profissionais de educação apenas uma vez, justamente na greve de 2013 quando o plano de carreira dos profissionais de educação foi arrancado a contragosto do prefeito. Desde então, a categoria é forçada a fazer paralisações todo ano para garantir o cumprimento do acordado, e mesmo sem pagar os enquadramentos do plano desde outubro do ano passado, Rodrigo Neves desconta do salário dos servidores cada dia de paralisação, numa clara criminalização do direito da categoria de lutar.
A Educação Infantil, direito das crianças, por lei é de obrigação da Prefeitura, no entanto a falta de vagas nas creches continua sendo o principal motivo para as mulheres deixarem os empregos. A quantidade de vagas nas creches públicas não é, nem de longe, suficiente para atender a demanda das mães trabalhadoras de Niterói. A cidade tem um deficit de cinco mil vagas para crianças de quatro e cinco anos, e mais de 10 mil de zero a três anos. Embora o prefeito tenha propagandeado novas creches, o fato é que Rodrigo Neves, além de se negar a ampliar as vagas para crianças de zero a três anos, se limitou a inaugurar 19 unidades que, em sua maioria, foram apenas municipalizadas, ou seja, a chamada expansão foi feita a partir de escolas e ONGs já existentes anteriormente.O número de vagas cresceu muito pouco, menos do que sugere a propaganda.
O desprezo pelas pautas das mulheres, neg@s e LGBTs é um ponto em comum com a candidatura de Felipe Peixoto (PSB) e Antonio Rayol (PSDB). Com o slogan “cidade limpa” estas candidaturas, apoiadas pela Firjan, representam a reorganização dos setores mais conservadores de Niterói. O debate recente da Câmara dos Vereadores acerca do plano municipal de educação polarizou a cidade e demonstrou que essas candidaturas se constroem em cima de pautas machistas, racistas e LGBTfóbicas, unificando setores que debocham e reproduzem discursos de violência contra todos os setores oprimidos. Prova disso é que os representates da coligação votaram pela derrubada do veto que garantia o debate de gênero nas escolas.
Longe de ser um detalhe, a posição desses partidos reafirma e encoraja toda sorte de discursos de naturalização da violência de gênero numa cidade em que foram registrados no ano passado 4.577 denúncias, o que representa 12,5 agressões por dia. Niterói é o sexto município no ranking de violência sexual, foram 67 casos de estupro só nos quatro primeiros meses desse ano. No que diz respeito a comunidade LGBT, sequer há dados oficiais, tamanha é a invisibilização da violência contra lésbicas, gays, bissexuais, travestis, transexuais e transgêneros. A negação em reconhecer a existência dos LGBTs acentua e esconde casos diários de violência com requintes de crueldade, como estupros corretivos, empalamentos, esfaqueamentos, entre outros.
Contra toda essa barbárie, está na hora de unificar todos aqueles que não têm nada a ganhar com o desemprego, com a retirada de direitos, as trocas de favores e os discursos de ódio. As diferenças irão aparacer, queremos encará-las com maturidade e responsabilidade, sabendo que nenhum de nós, sozinho, poderá vencer os traidores e conservadores.
É por isso que nas eleições estaremos juntos ao PSOL, ao PCB e a NOS na campanha do Flávio Serafini e Regina Bienenstein (PSOL), e a partir daí defenderemos a união da esquerda socialista nas lutas e nas eleições, para que construamos uma campo político alternativo para os trabalhadores, juventudes e oprimidos (as) enfrentarem tanto a direita, quando o falido projeto de conciliação de classes do PT.
Vamos dar os primeiros passos na construção de uma frente de esquerda, e demostrar como uma cidade por ser feita por nós, os de baixo. Vamos golpear juntos para construir uma #outrahistória. Por um governo socialista construído com a mobilização da classe trabalhadora, das juventudes e oprimidos (as), que enfrente os de cima, os empresários e as oligarquias políticas tradicionais de Niterói. Vamos construir nas lutas a cidade que queremos. Uma cidade de direitos, um governo sem patrões.
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