Por: Tallia Sobral, de Juiz de Fora, MG
e Carlos Heverton do Carmo, trabalhador da Imbel Itajuba
Incêndio na Indústria de Material Bélico do Brasil (Imbel), em Juiz de Fora, na noite de terça-feira (16), deixou moradores da região da Zona Norte em pânico e os da cidade apreensivos. As redes sociais, como os grupos de WhatsApp, foram tomados pelo assunto. Um estrondo por volta das 23h30 assustou pelo impacto e efeitos. Algumas pessoas relataram terem sentido como se fosse um terremoto, outras tiveram vidros de janelas e portas quebrados, ou até entortados.
A moradora Dayse do bairro Santa Maria, próximo ao local, relatou o susto. “Eu estava assistindo televisão, quando meu filho chegou de Belo Horizonte. Ele sentou na minha cama e começou a tocar uma música, de repente ouvimos um barulho muito alto e a porta de vidro do meu quarto vibrou. Levantamos e abrimos a porta da sacada para ver de onde vinha esse barulho. Foi assustador. Estou tremendo até agora”, contou.
Pessoas que estavam em bairros distantes no momento do acidente, como o Bandeirantes, São Pedro e São Matheus relataram terem ouvindo o estrondo.
O motivo ainda não foi divulgado. Até o final dessa reportagem, só havia informação de que o acidente aconteceu em um dos três paióis da empresa e de que o corpo de bombeiros atua no local. Nenhuma morte ou feridos foi confirmada até a noite de terça-feira. A população segue apreensiva aguardando mais notícias e confirmações de que não há mais riscos.
A Indústria de Material Bélico do Brasil foi criada em 14 de julho de 1975, por intermédio da lei n 6.227. Ela é uma empresa pública dependente, com personalidade jurídica de direito privado, vinculada ao Ministério da Defesa, por intermédio do Comando do Exército. A Imbel mantem cinco unidades em território nacional, nas quais trabalhadores há décadas sofrem com o descaso do governo Federal que insiste em não valorizar a mão de obra produtiva na empresa.
O pacote de maldades aos trabalhadores é extenso. Corte no convênio médico, café da manha, seguro de vida, venda das casas que há anos têm abrigado trabalhadores, além de um enorme arroxo salarial são algumas. É preciso que o governo pare de entregar o comércio para as multinacionais como a Taurus e invista na Imbel e funcionários. Até quando situações como esta vão acontecer? Até quando os trabalhadores pagarão com as vidas pela ganância dos patrões? É preciso lutar por um amanhã digno, de conquistas. É preciso mobilizar imediatamente.
Veja, abaixo, galeria de imagens do acidente:
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