Por: Carol Coltro, de São Bernardo do Campo, SP
A eleição do Sindicato dos Servidores de São Bernardo do Campo, nos dias 17 e 18 de agosto, provavelmente, será um capítulo importantíssimo na saga que se tornou a disputa dos trabalhadores contra a burocracia sindical na região do ABC.
Essa eleição se tornou um fato nacional no meio sindical por dois motivos. O primeiro é que a Oposição Unificada – chapa 2 de oposição à atual diretoria do sindicato que enfrentou a chapa 1 apoiada pela direção da CUT – mostrou ser possível que os trabalhadores derrotem a burocracia mais forte do país com organização e luta. Isso transformou o que seria somente mais uma eleição sindical em uma referência acompanhada e apoiada pelo conjunto da esquerda na região, noticiada nos jornais dia após dia e no centro da preocupação do prefeito Luiz Marinho (PT).
O segundo motivo é que a eleição se transformou em uma saga. Há cerca de um ano atrás, após vitória da oposição sobre a chapa da CUT, a mesma deu um golpe anulando a eleição para se manter no poder a qualquer custo. Na segunda eleição, a categoria novamente decidiu pela chapa de oposição apoiada pela CSP-Conlutas e Intersindical e a saída da diretoria atual foi o ‘roubo’ de uma das urnas. Nessa ocasião, a CUT tomou posse a revelia. Mas, a pressão da categoria e a força da vontade de mudança fizeram com que fossem forçados a fazer uma eleição por conta de uma ação movida pelo Ministério Público do Trabalho, que anulou sua posse fraudulenta e determinou novas eleições.
Nesta quarta-feira (17) se inicia a terceira eleição, dessa vez, com novas regras determinadas pela Justiça do Trabalho. Por isso, a Oposição Unificada acredita ser possível consolidar de uma vez por todas a mudança da diretoria do sindicato e, mais importante do que vencer a eleição sindical, a Oposição Unificada pretende, com a vitória e posse, mostrar para o conjunto dos trabalhadores do ABC e do país que é possível derrotar as burocracias encasteladas, que usam o sindicato como se fossem seus e que são um grande obstáculo para a organização e luta da classe trabalhadora.
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