Educadores e movimentos sociais de Suzano, São Paulo, denunciam agressão verbal de professor a estudante de colégio estadual localizado no município. Abaixo, reproduzimos nota assinada por coletivo Luiza Mahin, que explica e se solidariza ao caso.
Denúncia de machismo
Semana passada nos deparamos com um absurdo, o mais comum de todos os absurdos, porém nos assustou muito. Uma aluna da E.E. Maria Elisa de Azevedo Cintra, localizada aqui na cidade de Suzano – SP, denunciou um professor por suas palavras e atitudes machistas, dentre tantos absurdos ele afirmava que “mulher apanha porque gosta, e não se separa do homem, porque só pensa no pau dele”. A moça ao tentar revidar seus discursos, foi interrompida com piadas sem sentido e risos de chacotas.
Desde sempre temos que nos deparar com esse tipo de discurso, com a segregação, como o preconceito. Nós mulheres somos e temos histórias. Para nós fica evidente o quanto o machismo é naturalizado e enraizado nessa sociedade. Ao homem todo o poder, a palavra, o acolhimento, a razão. Para mulher a agressão, morte, estupro, a humilhação.
Assim como a estudante Patricia Lélis foi desacreditada por muitos ao denunciar os abusos de Feliciano, já que ele é um Pastor evangélico, na escola não é diferente. A postura de muitas pessoas no espaço que deveria servir para desconstrução e transformação também foi de desqualificação dos argumentos da aluna, haja vista que para a sociedade, a palavra de um professor é inquestionável.
Achamos um problema a postura de mulheres que apoiam, ainda que indiretamente a atitude machista e opressora desse professor. Mas, entendemos que a campanha de desqualificação da aluna iniciada após o episódio, principalmente com a #respeiteaopiniaodosoutros contribui para que as alunas e professoras não entendam a questão tão grave como ela é. Atitudes, falas, gestos, piadas e tudo que causa ofensa e constrangimentos às mulheres, ainda que seja apenas a uma entre várias, devem entendidas como machistas e ser combatidas sem vacilos.
Por isso, prestamos nossa solidariedade à aluna e nos colocamos à disposição na luta pelo direito de se colocar contra esse tipo de postura. Por que ofensa e opressão não é opinião, é machismo mesmo!
Coletivo Luiza Mahin
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