O sentido do impeachment e a necessidade da Frente de Esquerda e Socialista

Editorial

Junho de 2013 mudou positivamente a situação política do país. Abriu-se uma relação de forças mais desfavorável à classe dominante. A instabilidade, a crise e as lutas sociais ocuparam o centro do tabuleiro político.

Porém, como toda ação provoca uma reação, a burguesia contra-atacou. As grandes manifestações reacionárias da classe média (o “anti-Junho”) e o golpe parlamentar (o impeachment) foram o ponto alto da contraofensiva burguesa.

No ápice da crise do governo Dilma, não houve uma alternativa de massas – à esquerda – perante a tragédia produzida pela conciliação de classes do PT. Sem um forte ponto de apoio nacional e com o freio imposto pela burocracia sindical, as lutas foram dispersas e fragmentadas.

A classe dominante, por sua vez, construiu uma narrativa exitosa e dirigiu politicamente milhões nas ruas. Surgiu uma nova direita à cabeça dum movimento de massas protagonizado pela classe média abastada.
A crise política e a econômica não foram superadas, é verdade. Em contrapartida, o ilegítimo governo Temer vai se mantendo, apesar de suas fragilidades e do contexto geral de crise.

Os próximos meses serão de duríssimos ataques aos trabalhadores e ao povo pobre. Estão na ordem do dia amplas privatizações, contrarreformas da previdência e trabalhista, brutal corte de gastos sociais e mais repressão.
A classe trabalhadora não está derrotada, como bem demonstram as diversas mobilizações e greves em curso. Para enfrentar o que virá, a unificação das lutas será fundamental. Derrotar o governo Temer (e seus ataques) deve ser o eixo de ação da esquerda anticapitalista no próximo período. Nas lutas e nas ruas, se definirá o futuro do novo governo da direita e de seu programa reacionário.

Por outro lado, é decisivo construir uma alternativa independente, contra a direita e, também, contra o PT. É preciso formar em todo país uma grande Frente de Esquerda e Socialista, que unifique os movimentos, as organizações, os coletivos e as entidades combativas. Uma alternativa dos trabalhadores e dos oprimidos, sem aliança com os ricos e poderosos; uma ferramenta para as lutas e as eleições. Uma frente para derrotar o falido projeto do petismo e para enfrentar a ofensiva da direita.

#ArrancarAlegria coloca suas forças para construir essa alternativa.

– Fora Temer! Eleições Gerais, já!
– Nenhum direito a menos! Não às reformas da previdência e a trabalhista! Contra o PL da terceirização! Diga não às privatizações!
– Nem a Direita, nem o PT! Por uma Frente de Esquerda e Socialista, nas lutas e nas eleições!