Por: André Albuquerque
Há três anos, abriu-se uma nova situação política no Brasil. Um dos fatos mais nítido disto é que, após duas décadas de um “marasmo social”, as pessoas foram às ruas aos milhões para, nas entrelinhas, questionar as condições de vida que o capitalismo nos submete.
Desde de junho de 2013 nada é como antes. É só lembrar dos “rolezinhos” da juventude negra, a explosão das lutas feministas e LGBTs, as recentes ocupações dos secundaristas.
Na tentativa de superar o acirramento da luta de classes, a burguesia vem investindo na repressão, inclusive ideológica. E, em razão do protagonismo da juventude nesse processo, a escola vem sendo palco importante dessa ofensiva. Não é por acaso que tenham surgido vários absurdos: desde o Projeto de Lei para acabar com as disciplinas de filosofia e sociologia até o projeto “Escola sem partido” e suas variações que, em nome de uma suposta neutralidade, pretendem calar os professores e formar alunos menos críticos. Também é parte desse contexto a campanha de censura às discussões sobre a tolerância à diversidade de gênero e orientação sexual nas salas de aula.
Como se não bastasse, a educação pública vem sofrendo um verdadeiro desmonte através, principalmente, do ajuste fiscal iniciado pelo governo Dilma e aprofundado agora pelo governo Michel Temer. Está evidente que a ampliação do acesso à educação na última década não passou de um castelo de areia. Não são poucos os jovens que estão desistindo de estudar por falta de políticas de assistência estudantil.
Além de anunciar mais cortes nas áreas sociais e defender o fim à obrigatoriedade constitucional de se gastar com a educação 18% da receita resultante de impostos, o governo ilegítimo de Michel Temer disse que “a solução é privatizar tudo”.
Nesse cenário, nosso caminho deve ser o da luta. O II Encontro Nacional de Educação, realizado em Junho, aprovou um dia nacional de lutas em defesa da educação pública e gratuita, marcado para 11 de agosto, dia do estudante. Esta bandeira, atualmente, precisa se traduzir também numa ampla unidade em torno do “Fora Temer!”, inimigo da juventude e dos trabalhadores.
Nossa geração está aprendendo a cada dia que devemos responder a altura aos ataques da burguesia e dos governos que gerenciam os seus interesses. Não aceitamos uma educação sem crítica e precarizada. Precisamos continuar lutando, aliar-se à classe trabalhadora e arrancar alegria ao nosso futuro.
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