O Impeachment de Dilma, o ajuste fiscal e a necessidade da Frente de Esquerda

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasi

Por: Rodrigo Cláudio, da Coordenação Nacional do MAIS

O senado votou o prosseguimento do processo de impeachment. Com isso, Dilma Roussef (PT) se torna ré e vai para julgamento definitivo até o final do mês de agosto. A manobra reacionária dirigida pelo Congresso Nacional vai para seus episódios finais. Somos contra o impeachment, é preciso entender o caráter de classe deste processo e se posicionar com firmeza contra esta manobra.

Entretanto não defendemos a volta de Dilma. O governo do PT realizou um estelionato eleitoral. Dilma derrotou Aécio nas urnas prometendo não atacar os direitos dos trabalhadores, mas fez exatamente o oposto. A direita soube usar esse desgaste. Em meio à imensa crise política, provocada pelas escolhas e alianças do PT, é preciso construir uma alternativa. Defendemos a realização imediata de Eleições gerais, com novas regras.

A burguesia fortalecida através do governo interino ilegítimo de Temer prepara ataques violentos sobre os direitos da classe trabalhadora. Está previsto até o final do ano, a aprovação da PEC 241(novo regime fiscal), o avanço na privatização do pré-sal e da Petrobrás e a apresentação da Reforma da Previdência.

A unidade da classe trabalhadora é uma necessidade para lutar contra o ajuste do capital dirigido por Temer (PMDB). As mobilizações convocadas pelas centrais sindicais para o dia 16 de agosto são um primeiro passo na resistência contra os ataques. Tudo indica que as direções majoritárias do movimento (PT/PC do B) não estão dispostos a mobilizar suas bases sociais para enfrentar os ajustes de Temer e muito menos construir uma greve geral contra as reformas. Apostam cada vez mais na candidatura de Lula para 2018.

Existe uma necessidade estratégica para a esquerda brasileira. A construção de um terceiro campo de classe, alternativo ao PT e à direita. O MAIS defende uma frente de esquerda nas lutas e nas eleições. Esse processo deveria estar expresso nas eleições municipais deste ano, no entanto, as direções do PSOL e do PSTU, com distintos graus de responsabilidade a depender de cada cidade, foram um obstáculo à construção das frentes.

O MAIS participará das eleições com o objetivo de contribuir com a formação de uma frente de esquerda nas lutas e eleições e agitando a necessidade de construirmos, no segundo semestre, um grande encontro da classe trabalhadora para lutar contra os ataques orquestrados por Temer.

 

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil