Pular para o conteúdo
TEORIA

Reeleição de Tsipras; qual o tamanho da derrota?

Aldo Cordeiro Sauda

Depois de uma serie de zigue-zagues, rasgar o programa eleitoral publicamente e capitular de forma vergonhosa ao neoliberalismo, Alex Tsipras, por incrível que pareça, saiu-se vitorioso. Não só o primeiro-ministro grego conseguiu reestabelecer uma bancada parlamentar inteiramente leal a seu novo programa partidário, como o governo também reelegeu seu principal aliado da direita populista, o ANEL, que segue sólido na coalização que dirige o país.

Possivelmente evitável foi o péssimo desempenho da esquerda. O Unidade Popular, ruptura da ala anti-austeridade do Syriza aliado a setores que antes integravam o Antarsya, recebeu 2.86% de adesão eleitoral; faltaram-lhe 7.714 votos para atingir os 3% da cláusula de barreira. O outro setor que permaneceu no Antarsya e saiu sozinho nas urnas recebeu apenas 0.85% de apoio. Já o Partido Comunista grego (KKE), em termos absolutos, reduziu a quantidade de votos, porém conseguiu manter suas cadeiras no parlamento.

Caso Antarsya e Unidade Popular tivessem saído juntos, teriam conquistado algo em torno de oito cadeiras. Separados, morreram na praia. Para a humilhação da esquerda, nenhum dos 25 parlamentares que romperam com o Syriza conseguiu se reeleger.

Tsipras , apoiado nos votos dos principais centros operários do país, provou-se duro de queda. Sua sustentabilidade no longo prazo, porém, é incerta. Reeleito alguns meses antes de aplicar as novas (e dolorosas) medidas de austeridade exigidas pela troika, o dirigente grego corre o risco de ver seu país implodir no futuro próximo.

Senhor el presidente

Se a primeira eleição do Syriza ao governo foi marcada por uma onda de entusiasmo, a ida dos gregos às urnas dia 20 de setembro, cerca de nove meses depois, exprimiu indiferença. O índice de eleitores caiu de 63.6% em janeiro para 56.6% em setembro. Até o numero de inscritos retrocedeu, de 9.949.684 para 9.840.525 votantes.

Entre a militância do Syriza, o espirito arguto da campanha do início do ano, que repercutiu internacionalmente, inexistia. Em meio a uma guinada populista brusca, a campanha de Tsipras centrou-se não no programa político, como antes ocorria nas iniciativas do partido, mas na figura “jovem” e “corajosa” do primeiro ministro. Segundo Leandros Fischer,

Tsipras conseguiu redefinir a noção de populismo policlassista incorporado a sua figura um “europeísmo dos marginais” – para quem a participação no Euro é tema de orgulho nacional – assim como reivindicando certa bravata retórica referente às elites europeias “que queriam nos expulsar”. (FISCHER, 2015)

As similaridades com o PASOK, o partido social-democrata grego de espirito populista que governou o país três vezes, entre 1981 a 1989, 1993 a 2004 e 2009 a 2011, marcam um velho-novo modelo político. Para Fischer

Qualquer um que conhece história política grega notaria o quão diferente a campanha deste mês de setembro foi da de janeiro – não apenas no conteúdo, mas no estilo. E a questão não é apenas a ênfase colocada em Tsipras como o líder politico. A postura, a atitude, os discursos – todos remetem ao ex-primeiro ministro grego Andreas Papandreu durante seu governo nos anos 80. (FISCHER 2015)

O novo-populista Alex Tsipras conseguiu rapidamente desvincular-se da imagem de radical de esquerda a qual estava inicialmente atrelado. A fraqueza do Syriza, expressa na ausência de uma estrutura enraizada nos sindicatos ou no movimento estudantil, foi instrumental para o giro.

Ocorre, pela primeira vez desde o inicio da crise financeira mundial no sul da Europa, o surgimento de uma organização partidária de massas, que apesar dos inevitáveis atritos com a ordem alemã, ocupa, nos moldes populistas, um novo espaço. Em nome da ordem burguesa, Tsipras tornou-se um fiador nacional do regime.

A manutenção do bloco de governo com os Gregos Independentes, o ANEL, é central na equação. Ao contrario dos partidos tradicionais da direita grega contemporânea, o ANEL gira em torno de uma temática abertamente populista com uma retorica xenófoba violenta dirigida à troika, que se encaixa perfeitamente ao projeto de Tsipras. Ele representa o espirito do novo Syriza entre setores culturalmente conservadores e reacionários, para quem o atrelamento histórico do partido governante a causas como a legalização do aborto, direitos LGBTs e o secularismo geram inevitável rejeição.

_85661807_greece_elect_results_sept2015v2 (1)

Resultado das eleições gregas – Fonte; BBC (legenda: Union of Centrists – União do Centro; New Democracy – Nova Democracia; Independent Greeks – Gregos Independentes / ANEL)

Não por acaso, assim que as eleições se encerraram, a burguesia europeia moveu-se para exigir que o Syriza se coligasse ao PASOK. Partido supostamente mais a esquerda no campo pro-austeridade que historicamente governou o país, seus tecnocratas são homens de confiança do grande capital europeu. Em declaração à mídia, Martin Schulz, membro do Partido Social-Democrata alemão, afirmou que “ele achava ‘bizarro’ que o Syriza decidiu continuar trabalhando ao lado deste ‘partido estranho, de extrema-direita’”. (FOY, 2015)

Defensora e formuladora da política de austeridade de Angela Merkel, a social democracia alemã enxerga com maus olhos um governo com impulsos populistas. Tsipras, que colocou peso no tema da renegociação da dívida grega, pode ainda causa problemas se tentar mobilizar sua base popular a favor de políticas que não apliquem, a risca, a linha de Berlim.

A incapacidade dos representantes da troika em conseguir um governo Syriza/Pasok pouco alterou o espirito celebratório do capital financeiro. Segundo a imprensa de negócios britânica

Anthimos Thomopulos, chefe executivo do Banco Piraeus, o maior do país, esta esperançoso.

“essencialmente estamos a cinco anos atrás em termos de que precisava se fazer”, afirmou o Sr. Thompoulos. “Porém agora temos um primeiro ministro dinâmico e com entusiasmo, que tem um mandato popular para isto. E isto é positivo.” (FOY, 2005)

 

Derrota da Esquerda

Ainda mais animador para o mercado financeiro foi a derrota da frente de esquerda formada em torno do Unidade Popular. Organização criada menos de um mês antes das eleições, ela incluiu 25 deputados do Syriza, entre os quais Zoe Konstantopoulou, a respeitada presidente do parlamente grego que combateu as manobras de Tsipras para aprovar os acordos da Troika. Junto a ela estão também no partido figuras como Panagiotis Lafazanis, ex-ministro da indústria que representava a ala esquerda no governo e Manolis Glezos, euro-deputado herói da resistência anti-nazista na Segunda Guerra Mundial.

Sortiris Martalis, dirigente do DEA, o agrupamento mais à esquerda do Syriza que também rompeu com o primeiro ministro e juntou-se a UP, elencou da seguinte forma as rupturas que abalaram o partido de Tsipras:

As renúncias incluíram o secretario- geral do partido e a maioria da direção da juventude do Syriza, assim como de outros órgãos dirigentes. Algo em torno de 60% dos comitês de direção regional se opuseram à linha da direção majoritária do Syriza, muitos deles também estão em processo de ruptura com o partido. (MARTALIS, 2015)

O novo agrupamento também incluiu outros setores da esquerda. Continua Martalis

O Unidade Popular não existe apenas a partir das rupturas do Syriza – dentro dele há também outras 14 diferentes organizações de esquerda. Algumas parte da aliança anti-capitalista Antarsya – as principais delas sendo o ARAN, cuja sigla significa “Recomposição de Esquerda”, o segundo maior grupo da coalizão, e o ARAS, ou “Reagrupamento da Esquerda”. No total, algo em torno de um terço das forças do Antarya decidiram participar no Unidade Popular. (MARTALIS, 2015)

Mesmo em meio a este processo de reorganização, o UP atingiu apenas 155.242 votos, um resultado insuficiente, segundo a legislação grega, para ter representação parlamentar. Prova de seu fracasso foi a vitória da União do Centro. Organização partidária inicialmente sem representação parlamentar, ela atingiu 186,457 votos (3,4%) conseguindo, assim, eleger candidatos. Segundo Panagiotis Sotiris, um dos fundadores do UP,

O dirigente deste partido, Vasilis Leventis, é notoriamente conhecido por ter oferecido, nos anos 90, “análises políticas” em programas televisivos de auditório. Seu trabalho é visto como uma forma de comédia, porem, agora a União do Centro surge como um dos principais expoentes de um voto “anti-político” de protesto. (SOTIRIS, 2015)

Para o ex-deputado, a votação de Leventis expressa o fracasso da esquerda nas eleições

A Unidade Popular fracassou ao não canalizar a ira da juventude com a ausência de um futuro e o sentimento silencioso de desespero e frustração que levou muitos eleitores a se abster ou escolher por opções como a União do Centro. (SOTIRIS, 2015)

Assim como o Unidade Popular, as diferentes correntes que continuaram no Antarsya sob o argumento de que o UP continha desvios centristas não conseguiu mais que 46.096 votos, 6.599 a mais que em janeiro. A principal novidade da coalizão foi ter feito uma frente com um pequeno grupo trotskista, o EEK (simpatizante do Partido Obreiro argentino) que conquistou cerca de 2.300 votos nas eleições de janeiro.

Já o Partido Comunista, mesmo na sequência da maior mobilização de esquerda na historia grega recente, não conseguiu ir para além de suas próprias estruturas. O partido teve 301.632 votos, 36.506 a menos que nas eleições de janeiro. Reelegeu seus 15 deputados, mantendo-se no patamar dos cinco por cento.

Voto operário

Uma leitura atenta da evolução das organizações de esquerda na Grécia prestaria atenção no Distrito Eleitoral de Pireus. Descolado em 1958 do distrito de Athenas para impedir a vitória eleitoral da Esquerda ligada ao KKE, ele é o principal centro de concentração dos operários navais. Seus resultados indicam o peso dos partidos entre um setor historicamente de vanguarda no país.

Resultado os distritos A e B de Pireus

– Syriza: 33,62% e 42,05% (em Janeiro de 2015 34,40% e 42,06%)

– Unidade Popular: 2,95% e 3,77% (em Janeiro integrava o Syriza)

– KKE: 5,14% e 7,94% (em Janeiro de 2015 5,27% e 9,18%) (UDRY, 2015)

Seguido de Pireus, o outro centro principal de aglutinação de trabalhadores na Grécia é Atenas. Observar a ela também nos ajuda melhor compreender este cenário

Resultado no distrito A e B de Atenas

– Syriza: 31,55% e 35,21% (em janeiro de 2015, 33,61% e 37,09%)

– Unidade Popular: 3,58% e 3,77% (em janeiro integrava o Syriza)

– KKE: 5,83% e 6,80% (em janeiro de 2015, 6,04% e 6,93%) (UDRY, 2015)

Segundo o militante suíço e dirigente trotskista Charles André Udry,

De uma primeira vista, apesar de um estudo especifico da transferência de votos de um partido para o outro não nos está disponível, o que é obvio é que a distribuição de votos para os partidos tabelados acima não foi duramente interrompido com a presença do Unidade Popular nos quatro distritos acima. É claro, no distrito A de Atenas, a forte cobertura da imprensa sobre alguns dos candidatos do Unidade Popular, como Zoe Konstantopoulou, explica o relativo declínio do Syriza. (UDRY, 2015)

O surgimento do Unidade Popular, apesar de sempre mais forte nos distritos com maior concentração de trabalhadores urbanos, teve uma inserção operária abaixo do necessário. Principalmente em um centro político como Atenas, era preciso um desempenho muito melhor da UP para ela superar a clausula dos 3%. Só assim seria possível lidar com o descompasso do eleitorado causado pelo atraso no interior, historicamente mais conservador que a capital.

Primeiro Balanço 

É possível tirar algumas primeiras conclusões das eleições gregas. Certamente uma delas é a força da figura de Alex Tsipras. Logicamente, desta vez, o fato de ter o aparato estatal em suas mãos ajudou muito. O primeiro ministro grego não só não teve de enfrentar a tremenda campanha de ódio organizado pela grande imprensa como ocorreu em janeiro, mas ainda contou com sua simpatia em muitos momentos.

Ao mesmo tempo, as rupturas à esquerda, que causaram um abalo sério durante o final de seu governo, e que forçou Tsipras a chamar novas eleições, acabou por não lhe fazer cócegas. O balanço eleitoral do Unidade Popular, portanto, foi o de uma tremenda derrota. É preciso, porém, separar o desempenho do Unidade Popular nas urnas de um balanço mais geral sobre a organização em si. Segundo Martalis e a direção do DEA, o fracasso eleitoral era previsível

Sempre soubemos que o Unidade Popular continuaria a refletir muitos dos problemas de coalizões que aproximam revolucionários e reformistas. Muitos membros do Unidade Popular tem posições muito acertadas nas questões de classe, mas ao mesmo tempo partem de um pressuposto nacionalista de esquerda. Falavam principalmente sobre políticas econômicas da perspectiva de uma economia mais produtiva – e sobre como a Grécia tornou-se uma colônia por conta de seu endividamento.

Isto levou a um problema político na mensagem publica do Unidade Popular. Ao invés de focar na revisão das politicas de austeridade do terceiro memorando – reverter os cortes aos salários, os ataques às pensões – eles focaram a campanha na questão da moeda: como fazer a ruptura com a zona do euro e retornar ao Drachma. (MARTALIS, 2015)

Na mesma linha vai a afirmação de Udry

A questão mais imediata e concreta com a qual se deparam os trabalhadores, aposentados, estudantes e a população pobre é o impacto das políticas de austeridade. Portanto, apresentar a saída do Euro como uma precondição necessária para ganhar demandas centrais ligadas à questão social seria politicamente a melhor estratégia. Mas ao fazer o “grexist” o foco da campanha, colocou-se aquilo que seria a conclusão final da batalha classista – isto é, a luta contra o sistema político, econômico e institucional representado pelo euro – como ponto de partida do Unidade Popular. (UDRY, 2015)

Não foi apenas por colocar o programa de ponta cabeça, isto é, confundir seu ponto de chegada com o ponto de partida, que o UP fracassou. Segundo Pagliotis Sotiris, a questão de diferenciar a organização recém-criada do velho Syriza também foi um ponto central da derrota

Parecíamos mais como uma variante principista e honesta do Syriza que uma nova frente política que surgia organicamente do movimento e da dinâmica do antagonismo social. A falta de autocritica dos antigos membros da Plataforma de Esquerda [antiga ala esquerda do partido de Tsipras] do governo Syriza contribuiu a esta imagem. (SOTIRIS 2015)

A análise de conjuntura, excessivamente otimista, assim como a opção ligada ao momento da ruptura com o Syriza, também foi criticada por Sotiris

O Unidade Popular superestimou boa parte dos eleitores do Oxi. O “povo do não”, sentindo-se traído e derrotado, não votou indicando disposição por mais resistência, mas dentro dos limites da mentalidade do “nada pode mudar”. Eles optaram por ceder aos apelos de Tsipras por uma “segunda chance” e dar ao Syriza, e não à Nova Democracia [o partido tradicional da direita] a tarefa de aplicar o novo memorando.

O Unidade Popular também pensou que o racha no partido geraria uma ruptura eleitoral de proporção similar. Mas, na realidade, as relações de representação provaram-se muito mais complexas. Os atrasos e recuos ligados à ruptura com o Syriza não ajudou as coisas. (SOTIRIS, 2015)

Provavelmente o maior erro do Unidade Popular foi a demora para se apresentar como uma entidade separada do Syriza. Querendo centenas de milhares de votos, surgiram apenas 28 dias antes das eleições. Nem mesmo as empresas de produtos cosméticos lançam novas marcas em períodos tão curtos. Parece claro, por exemplo, que ao menos uma parcela dos votos da União do Centro poderia ter ido ao UP se o partido tivesse adotado uma linha mais ousada.

Posto que a maioria da bancada dos deputados que formaram o UP não vinham de correntes centralizadas ou ligadas organicamente ao movimento de massas, a logica da ruptura foi estritamente parlamentar. O racha, para ser efetivo, precisaria ter ocorrido imediatamente após as traições mais simbólicas de Tsipras.

Mesmo que o grupo começasse com apenas 5 ou 6 parlamentares, e não 25, como foi o caso do Unidade Popular, a tática seria mais acertada. Apesar de pequeno, um partido com uma forte campanha de diferenciação, construída desde o movimento plebicitário do Oxi e organicamente atrelado à esquerda extraparlamentar poderia ter tido muito mais efeito que o UP. Possivelmente, muito dos 25 deputados que eventualmente romperam com o Syriza acabariam por se juntar a um partido com representação parlamentar já existente que criar uma terceira organização.

Outro problema ligado ao parlamentarismo surgiu pela fragilidade da legenda nos distritos. Por conta disto, a campanha se centrava na figura de ativistas-parlamentares, na maioria dos casos com apenas 6 meses de cargo. Além do mais, antes disto, tais figuras eram usualmente indivíduos sem grande relevância política nos seus distritos, gerando pouco entusiasmo na base. No dilema da massa dos eleitores entre aquilo que aparentava ser uma copia mal feita do Syriza e sua versão mais bem estabelecida, o grosso da população optou pela versão original.

O fracasso eleitoral do Unidade Popular, porém, não significa nem que Tsipras governará tranquilo, nem que o processo de reorganização da esquerda na Grécia tenha fracassado. A aplicação, que se inicia nos próximos meses, das políticas assinadas pessoalmente pelo primeiro ministro, colocará, em um primeiro momento, as organizações sociais da Grécia em teste. Greves gerais, como sempre, serão convocadas, resta ver se repetirão a força do processo de 2011 – 2012.

Passada a ressaca terrível das eleições, é hora do movimento operário e da esquerda anti-capitalista se preparar para as novas lutas contra a austeridade. Apesar do tremendo peso da derrota, as eleições, expressão contorcida e distorcida da consciência, expressam apenas um momento especifico da luta de classes. Sorte dos gregos por isto.

Bibliografia: 

UDRY, Charles-André, Grèce. Qui occupera la Villa Maximos? L’encontre, 21/0/2015 http://alencontre.org/laune/grece-qui-occupera-la-villa-maximos.html

FOY, Henry; SPIEGEL Peter, Tsipras victory fails to allay doubts on Greece bailout reforms. Financial Times, 21/9/2015 http://www.ft.com/intl/cms/s/0/53f66728-6034-11e5-9846-de406ccb37f2.html#ixzz3mORyPWnx

FISCHER, Leandros; From Papandreou to Tsipras, Jacobin 9/24/2015 https://www.jacobinmag.com/2015/09/tsipras-syriza-pasok-papandreou-austerity-elections-populism-podemos/

SOTIRIS, Panagiotis; First thoughts on the Greek election, Jacobin 22/9/2015 https://www.jacobinmag.com/2015/09/tsipras-syriza-austerity-september-20-election-anel/

MARTALIS, Sotiris; Elections in Greece and the left’s challenge. Socialist Worker www.socialistworker.org/2015/09/18/greece-elections-and-the-left-challenge