Betto della Santa
Mulher. Negra. Comunista. Uma militante política radical – no sentido de ir à raiz das questões sociais, com as quais se engaja – e uma intelectual marxista sofisticada, estudiosa em extensão, e profundidade, do ambiente cultural literário da filosofia clássica alemã. Angela Davis é muito mais do que o penteado à la Black Power ou o punho esquerdo em riste, pelos quais se tornou um ícone da Nova Esquerda nos Estados Unidos da America dos anos 60 e 70, do século passado. As marcas de anunciação e enunciação de seu tempo e espaço, contudo, não são, aí, menos importantes. O documentário político de Shola Lynch, também mulher e também negra, intenta fazer uma ponte entre as gerações que ladearam ombro-a-ombro com Angela ou coletaram fundos para a campanha internacional de libertação dos presos políticos, por um lado, e aquela que viu nascer à coalizão antiguerra Not In My Name, durante o pós-11 de setembro e os movimentos anticapitalistas, do novo século, por outro. Para um começo de conversa, a partir de sua exibição nas salas de cinema das metrópoles da América do Sul, é preciso contextualizar efetivamente o pré-texto, que anima o filme. Angela Davis, para usar o vocabulário filosófico, que lhe formou, «abre a voz e o tempo canta.» O espírito de sua época.
Angela Yvonne Davis nasceu em 26 de janeiro de 1944, em Birmingham, maior cidade do estado de Alabama, região Sul dos Estados Unidos. Crescida em uma localidade dividida pelo segregacionismo oficial público e pelo ódio racial privado, Angela foi beneficiada por um programa social que mediava o deslocamento territorial de estudantes negras e negros, do Sul, para escolas integradas, no Norte, o American Friends Service Committee. Sua mãe era uma organizadora regional da secção local do Partido Comunista e, assim que chegou a Nova Iorque, entrou em contacto com o clima social e político das tendências estudantis socialistas e comunistas, como a sua: Advance. O ingresso no sistema acadêmico exigiu-lhe muito mais do que faria a homens/brancos/liberais/protestantes. Iniciou-se, primeiramente, pela Brandeis University, estado de Massachusetts, em língua francesa e no estudo intensivo de A.Camus, J.P.Sartre e S.DeBeauvoir. Foi num estágio em Paris que ficou sabendo do odioso ataque da Klu Klux Klan à Igreja de Birmingham, algo que a abalou profundamente, haja vista a sua relação pessoal com as vítimas mortais do ato terrorista. Prestes a se graduar em Letras se deu conta de que o seu interesse mais vívido morava na filosofia. Ficou a par de Herbert Marcuse.
Marcuse foi algo como, para Angela, uma revelação profana. Não à-tôa seus reiterados depoimentos, a respeito do pensador radical alemão. “Ele me ensinou que era possível ser a um só tempo um acadêmico e militante, erudito e revolucionário.” Uma das características marcantes do movimento estudantil de 1960 era a afirmação da centralidade da dialética entre teoria e prática. Sob a influência da Escola de Frankfurt, e via marxismo revolucionário, esse movimento – protagonizado pela Sozialistischen Deutschen Studentenbund (SDS) – soube estabelecer um nexo entre crítica contundente ao capital e o mais tenaz militantismo radical. As millieaux político-intelectuais alemãs influenciaram o horizonte histórico-filosófico da jovem Angela, de um modo que a inteligentzia mais radical dos EUA não pudera realizar. O que o marxismo anglossaxão, de ambos os lados do Oceano Atlântico, estava para fazer se tratava mais de uma contribuição teórica e historiográfica do que política e prática e, ainda que limitado às grandes universidades e centros de pesquisa, este marxismo de fala inglesa todavia estava por pronunciar, balbuciante, às suas primeiras palavras. O núcleo nevrálgico do projeto de vida e luta que orientava a ação e o pensamento de Angela tinha seu hardcore mais pulsante na zona de engajamento político e intelectual. Foi o seu caminho para a universidade.
Europa-America: do campus ao cárcere
Os acontecimentos sociais e políticos d’além-Mar exigiram o retorno de Angela. O giro à esquerda do Student Nonviolent Coordinating Committee – em direção ao Black Power –, o movimento contra a Guerra do Vietnã e a formação do Black Panthers Party for Selfdefense, bem como a gênese (e o devir) da segunda onda do movimento feminista, fizeram, em seu conjunto, com que a volta para os EUA fosse uma atração irresistível para a jovem Angela. “Eu tinha que tomar partido daquilo tudo… A terra estava tremendo!”. Com seus hábitos e costumes europeus, bem como seus ares de intelectual, Angela foi vista com desconfiança pela comunidade negra assim que retornou. Angela sentia a necessidade de ser parte de um sujeito trans-individual, um coletivo. “Sentia que não poderia realizar nada de importante no mundo, sozinha, como um individuo.” Procurou os Black Panthers. Seu único envolvimento com o partido-movimento foi uma escola de quadros sobre teoria marxista ofertada para a sua secção local. Angela ressentia-se de duas concepções tácitas que orientavam as práticas dos Panteras Negras: o domínio masculino e o nacionalismo panafricano. Suas ideias marxistas e seu programa comunista eram taxados de ideologia branca, por um lado, e seu protagonismo feminino não era bem-quisto entre os dirigentes machistas, à época. Angela se sentia alienada.
Foi quando surgiu o Che-Lumumba Club do Partido Comunista. Com um ideario menos cerrado e um imaginário crítico-revolucionário, que se voltava para as insurreições sociais e políticas da África Negra e da América Latina – onde havia lugar para mulheres e hora para o marxismo – Angela se encontrou. A inaugural (e primeira) aula-magna ofertada por Angela Davis reuniu mais de duas mil pessoas numa das maiores salas-anfiteatro do campus. Como o estalido de um trovão a força de seus argumentos e a citeriosidade de sua expressão foi capaz de incandescer jovens mentes e corações californianos. Rapidamente suas intervenções foram noticiadas por jornalistas reacionários e informantes do FBI infiltrados no movimento social. Com uma intensificação cada vez mais radical de suas campanhas pela libertação de presos políticos e sua denúncia desbragada do sistema punitivo-prisional, aliada à participação ativa nos movimentos negro/feminista/antiguerra, sua práxis política se tornou um affair de Estado. O Board of Regents, da University of California, sob os auspícios do então governador da California, Ronald Reagan, demitiu-a de seu cargo de professora assistente no Departamento de Filosofia, por sua filiação ao Partido Comunista. Mas o prestígio intelectual e o status político de Davis, formada com honra ao mérito (“magna cum laude”), membro da Phi Beta Kappa – a mais antiga e importante sociedade honorífica de artes e ciências do país – e, por fim, sua admirável passagem pelos centros mais importantes do pensamento mundial, logo cobraram o preço do aberto autoritarismo, da intervenção de Estado, contra seus direitos civis.
Não bastasse a American Association of University Professors exigir sua recontratação, os próprios docentes da instituição levantaram um fundo de mútuo-socorro que garantiu o equivalente mensal a um salário de U$10.000 anuais para – de algum modo e em alguma medida – assegurar à companheira de trabalho liberdade acadêmica, em uma demonstração clara de desobediência civil. Foi somente em 1970 que a Reitoria conseguiu expulsar de uma vez por todas a Angela do campus. Sob a acusação de “linguagem incendiária”, baseada no registro de quatro discursos – proferidos pela professora –, a transcrição da decisão final considerava “declarações particularmente ofensivas a sua afirmação de que as autoridades ‘mataram, brutalizaram e assassinaram’ os manifestantes de People’s Park, bem como suas repetidas caracterizações da polícia, como ‘porcos’ (‘pigs’).” (TURNER, 1970). No mesmo ano, militantes da Black Guerrilla deliberaram uma ação político-militar de libertação de presos políticos do movimento negro tragicamente mal-sucedida. Depois de tomar controle de uma corte de justiça, armar os réus negros e tomar três membros do júri como reféns a polícia, já na saída do estabelecimento, iniciou a um tiroteio. O juiz e os três réus foram mortos na operação. Ocorre que evidências apontavam que as armas haviam sido compradas por Angela Davis que – além disso – se correspondia com George L. Jackson, pelo qual nutria sentimentos.
Prisão e Julgamento Políticos
O plot estava armado. A ordem de prisão – por seqüestro, assassinato e conspiração – e a sua inclusão nos Top 10 mais perigosos foragidos pelo FBI exigiram de Angela cair na clandestinidade. Uma rede ativa de apoio subterrânea foi capaz de despistar os aparelhos de repressão por algum tempo, com esconderijos periféricos e fugas noturnas, além do disfarce que demandou desfazer o cabelo de Angela e a suspensão provisória da postura de combate. De acordo com sua autobiografia, durante este tempo, ela se escondeu em casa de amigos e se deslocava à noite. Em 13 de outubro de 1970, agentes do FBI encontraram-na no Howard Johnson Motor Lodge, em Nova Iorque. O presidente Richard Nixon felicitou o FBI por sua “captura da terrorista, e perigosa, Angela Davis”. Angela Davis, depois de vários meses de prisão, declarou a sua inocência perante o tribunal e a nação. Por todo o país, milhares de pessoas começaram daí a organizar um movimento por sua libertação. Primeiro, intelectuais negros formaram um comitê, chamado de Black People in Defense of Angela Davis. Já em fevereiro de 1971, havia mais de 200 comitês locais nos Estados Unidos, e 67, em países estrangeiros, trabalhando para libertar Angela Davis da prisão. Em 23 de fevereiro de 1972, Rodger McAfee – um fazendeiro branco de Fresno, Califórnia – pagou-lhe cem mil dólares tendo como garantia sua propriedade e parte de sua despesa foi paga pela Igreja Presbiteriana.
O nome do filme remete à campanha que foi colocada de pé para libertar Angela – Free Angela Davis and all political prisioners – sendo que o acréscimo, de “e todos os presos políticos”, foi uma exigência da própria Angela. O mérito do filme é a contextualização que faz, em termos históricos e políticos, deste julgamento, no tempo e no espaço. Um retrato vívido é apresentado, ainda que no mais das vezes a partir de uma estrutura narrativa didática e até mesmo cronológica, mas sem nunca ser uma película burocrática, de gabinete. O fato de contar com os relatos orais autobiográficos de uma Angela Davis que fala diretamente para a câmera a partir do tempo presente revela a força e as fraquezas do filme. O jornalismo cultural especializado, para dar uma mostra da recepção do filme, trata a proposta como indulgente por partir do pressuposto da presunção de não-culpabilidade. Mais especificamente o journal Hollywood Reporter reclama diretamente da tese de assumpção de inocência presumida já por não “fazer as perguntas certas”, isto é, perscrutar e implicar a Angela na acusação de crime. Quase meio-século nos separam dos fatos e a crítica do mainstream estadunidense ainda quer a sua cabeça. Sinal dos tempos? Considerando que mais de 33% do orçamento para o projeto foi angariado a partir da Europa é possível dizer que o sistema cinematográfico mais poderoso do mundo continua algo avesso a qualquer perspectiva de contestação, e emergência, nas telas.
A linha de argumentação eivada contra Angela Davis baseava-se não só nas doutrinas de segurança nacional – o ideario anticomunista e a noção de “inimigo interno” –, não só em séculos de opressão de senhores brancos contra escravos negros e um império da lei que tão-só muito recentemente deixava de considerar legal a segregação jurídico-política mas, muito centralmente, no fato de lidar com uma mulher. Parte importante das acusações pretendia convencer o júri de que Angela Davis era uma mulher – irracional e cegamente, obsessiva e compulsivamente – atraída por seu amante e, por essa razão fulcral, far-lhe-ia tudo a seu favor. Senão, vejamos… No Brasil são conhecidas as histórias de Martin-Luther King e Malcom-X. Até mesmo o ativista negro, Mumia Abu-Jamal, ganhou eco e repercussão nas letras do país. Em contrapartida, o que sabemos – realmente – sobre Rebecca Protten, Marie Stewart, Rosa Parks, Septima Clark, Dorothy Cotton, Assata Shakur, Harriet Tubman, Ida Wells, Claudia Jones, Esther Jackson, Denise Oliver, Ericka Huggins, Queen Moore, Eslanda Robeson, Gloria Richardson, Diane Nash, Ella Baker, Vicki Garvin, mais Rosa Parks, Fannie Hamer, Shirley DuBois ou Shirley Chisholm e, é claro, Angela Davis? “Você conhece o nome, agora conheça a história.” Com o subtítulo temos a dimensão da urgência, e atualidade, deste filme sobre esta mulher, negra, comunista e a campanha – que moveu o mundo – por sua libertação.
Das lutas de classes em França a Free Angela Davis nos EUA
Sabemos que o processo histórico não pode ser sintetizado por nenhum nome próprio e, desde Friedrich Engels, sabemos também que “a história não faz nada”, isto é, de per se, “‘não possui uma riqueza imensa’, ‘não dá combates’, … o homem real e vivo, que faz tudo isso e realiza combates, estejamos seguros de que não é a história que se serve do homem como de um meio para atingir – como se fora personagem particular – seus próprios fins, ela não é mais que a atividade do homem na persecução de seus próprios objetivos postos a si.” Sendo justos com o velho Engels, poderíamos imaginar que se tratava do ser genérico, o “ente espécie”; homo sapiens sapiens. Mas sejamos sinceros conosco mesmo, a designação genérica do homem, de Engels à forma de denominação científica clássica, oculta e silencia à mulher. Em As lutas de classes em França, Karl Marx afirma que o proletariado “se agrupa, mais e mais, ao redor do socialismo revolucionário, ao redor do comunismo, para o qual a própria burguesia inventou o nome de Blanqui.” Segundo o revolucionário renano, esse seria uma “declaração da revolução em permanência, a ditadura de classe do proletariado, enquanto um ponto de transição já indispensável para a abolição das desigualdades de classes tout court, imprescindível para a abolição de todas as relações sociais de produção, imperioso para a derrubada [revolucionária] de todas as ideias que nasceram dessas mesmas [relações sociais].”
Ora, seria o caminho proposto para o socialismo revolucionário, “o comunismo”, o quê identifica a história com um nome próprio? Parece-nos que não. O caminho de Karl Marx e Friedrich Engels é aquele que identifica a história social com a experiência vivida dos atos de autoemancipação, em que a autoconsciência e a auto-organização já se coadunam em “práxis revolucionária”, através de práticas político-sociais que intendem a transformar tudo o que há. As transformações do mundo, diferentemente de suas interpretações, contudo, encontram a antagonistas irreconciliáveis. Só a luta muda a vida. A arma da crítica, como aprendemos com Angela, é importante, mas, como bem sabe Auguste Blanqui, não substitui a crítica das armas. A bourgeoisie contrarrevolucionária, em França, inventou o nome de Blanqui. Angela foi o nome imaginado por outra reacionária rulling class, dos EUA, com razão política para um significado social. Jovens das Jornadas de Junho ou de Occupy Wall Street, da Plaza Del Sol espanhola à Plateía Syntagmátos grega, podem se reconhecer altivos na radicalidade militante de Angela e – sobretudo, das ruas de Ferguson às arquibancadas de Porto Alegre – jovens negros em prisões do Rio ou de Nova Iorque hão de redimir a seus antepassados escravizados. Mas é mais que isso, muito mais do que isso: é uma «Permanenzerklärung Der Revolution.» A declaração da revolução em permanência envolve mais do que a adquisição de revólveres.
A emergência dos movimentos antiguerra e por direitos civis – do movimento negro e feminista –, dos reclamos ambientalistas à renovação do modo de vida, agitaram o Séc.XX. Uma poderosa ascensão dos movimentos sociais, nas décadas de 60 e 70, a resistência e luta por direitos fundamentais, e a afirmação radical da identidade coletiva de sujeitos sociais até então à margem da história; renovou os modos mais tradicionais de fazimento da política, fomentando novas formas organizativas. As novas formas de auto-associação nasceram em pé de guerra, contra os velhos conteúdos de direção burocrática – tais como o stalinismo e/ou a socialdemocracia –, contra o poder hegemônico de passivação de grupos sociais subalternos e contra todas as formas históricas de opressão social. Essa nova esfera pública plebeia gerou novos modos de agitação e organização, reinventou a solidariedade ativa entre iguais e deu lugar a uma nova pedagogia política revolucionária. Angela traduziu em-si e para-si muito de suas circunstâncias e educação. A dialética viva entre teoria e prática foi o que proporcionou o reencantamento de mundo que possibilitou à via de Angela Davis para o pensamento e a ação. E foi, também, o caminho de Angela para Marcuse. Angela, aliás, já alertou contra os efeitos da romantização banalizadora do legado marcusiano e da marca de enunciação “dos anos 60.” De reduzir a utopia concreta a não-lugar e se deixar estacionar por uma nostalgia embriagante. Isso seria uma bomba de efeito moral – um flit paralisante qualquer – artifício, antirrevolução.
Pode o leitor ter notado alguma dificuldade do escritor para um exame mais rigoroso e qualquer distanciamento crítico da personagem histórica ou da atora social Angela Davis, de dentro ou fora de cartaz, sua vida e a obra em tela. Isso é bem verdade e não pretendo me esconder por detrás da reportagem desapaixonada ou dum relato, supostamente, imparcial. Angela Davis é, certamente, um ser contraditório e conflituoso, com questões e problemas. E também o filme traz tópicos não-resolvidos e dilemas de consecução. Pode ser mesmo que se tenham constituído como zona cega para o crítico da cultura e ensaísta político antibarbárie. Não há como negar. Há uma carta que Angela Davis manda a George Jackson que pode, se não explicar, ao menos justificar tal comportamento. Na epístola em foco Angela confessa ter-se, por fim, caído de amores pelo objeto de sua paixão política. O amor-camaradagem que ela nutria não era menos material-sensível que o seu corpo envolto em desejo e disposto à práxis. Me apaixonei por Angela Davis, tanto quanto pela obra, da roteirista e diretora Shola Lynch… Os trotskistas somos críticos políticos, e não seria já de se espantar se algum camarada-em-armas fosse spoiler, ou desmancha-prazer, a ponto de fazer a acareação político-ideológica de passado e presente de Angela, dizendo-a “governista” ou que “foi pra casa”. E trotskistas são, também, críticos literários. Não é nada inpensável que me objetem o juízo estético esboçado… Mas não tem nada não. Tem o meu violão.
(Sweet Black Angel, dos Rolling Stones, Angela, de John Lennon e Yoko Ono, e Free Angela – Thoughts And All I’ve Got To Say –, de Todd Cochran, testemunham a meu favor. Eu súbita e repentinamente me vi completamente seu. Quis beijar seus olhos. Abraçar a tela. Acho que vou deixar o Black crescer. E – mais uma vez – erguer o punho esquerdo, em riste: All Power To All People: libertem, já, Angela Davis; desaprisionem a revolução permanente!)
Referências bibliográficas
TURNER, Wallace. “California Regents Drop Communist From Faculty”. The New York Times, June 20th 1970.
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Post-Scriptum: O filme se encerra com o assuntar de mandatário de governo e primeira-dama. Eles se dizem ultrajados – pela decisão “imoral” de libertar Angela. Os Palácios murmuram: frios, calculistas. A rua, e toda gente, comemoram: efusivos, extáticos. Como já diria Lenin é um festival dos oprimidos.
«O homem, enquanto ser objetivo-sensível, é, por conseguinte, um padecedor e, por que o é, um ser que sente a seu tormento, um ser profundamente apaixonado. A paixão (Leidenschaft, Passion, Pathos) é a citeriosa força humana essencial a qual caminha, energicamente – na direção de vida de seu objeto» (Karl Heinrich Marx, Manuscritos econômico-filosóficos, v/e.)
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