19 de agosto, dia do Historiador

Carlos Zacarias

Carlos Zacarias é doutor em História e pesquisador do Centro de Estudos e Pesquisas em Humanidades (CRH) da Universidade Federal da Bahia (UFBA), onde leciona desde 2010. Entre 1994 e 2010 foi professor da Universidade do Estado da Bahia (UNEB), onde dirigiu a Associação Docente (ADUNEB) entre 2000 e 2002 e entre 2007 e 2009. Colunista do jornal A Tarde de Salvador, para o qual escreve artigos desde 2006, escreve às quintas-feiras, quinzenalmente, sobre temas de história e política para o Esquerda OnLine. É autor de Os impasses da estratégia: os comunistas, o antifascismo e a revolução burguesa no Brasil (1936-1948) (São Paulo, Annablume, 2009) e no ano passado publicou De tédio não morreremos: escritos pela esquerda (Salvador, Quarteto, 2016) e ainda organizou Capítulos de história dos comunistas no Brasil (Salvador, Edufba, 2016). É membro da Secretaria de Redação da Revista Outubro e do Conselho Editorial das revistas Crítica Marxista, História & Luta de Classes, Germinal, entre outras.

Por Carlos Zacarias de Sena Júnior, colunista do Esquerda Online

19 de agosto é o dia do historiador. Historiadores são os profissionais que, no presente, escrevem e dão aulas sobre o passado. 19 agosto de 1849 foi a data em que o historiador abolicionista Joaquim Nabuco nasceu. O Abolicionismo foi um movimento que lutou pelo fim da escravidão no Brasil. A escravidão moderna foi um sistema brutal implantado pelos colonizadores que precisavam de braços para a lavoura. Os braços que vieram trabalhar na lavoura eram de negros escravizados. Os negros foram trazidos da África para a América, onde fica o Brasil. Brasil é o país que importou 6 milhões de negros e o último que aboliu a escravidão.

América é o nome que se dá ao continente “descoberto” pelos europeus em 1492. Também é o nome usado para se referir aos Estados Unidos, país conhecido como “terra da liberdade”. Nos Estados Unidos, que apoiaram muitas ditaduras, grupos neonazistas saíram às ruas esta semana para exercerem sua “liberdade” de odiar negros, judeus e latinos. Neonazistas são pessoas que apoiam o Nazismo. Nazismo foi um regime de extrema-direta implantado por Hitler, na Alemanha, em 1933. Hitler foi um ditador genocida que exterminou 6 milhões de judeus em campos de concentração e levou o mundo a Segunda Guerra.

Nos Estados Unidos da América, país do Novo Mundo, defender o nazismo é um direito. Novo Mundo era a forma como os europeus se referiam ao continente americano. É, também, uma novela da Globo. A TV Globo pertence as Organizações Globo. As organizações Globo são empresas da família Marinho, que começou com o jornal O Globo. Roberto Marinho fundou a Rede Globo em 1965, um ano depois de implantada a ditadura no país. O jornal O Globo apoiou o golpe empresarial-militar de 31 de março de 1964, ao qual se seguiu uma ditadura de 21 anos. A família Marinho é a mais rica do Brasil.

Ditaduras são o oposto de democracias. O nazismo foi a pior ditadura da história. Ditaduras são regimes que se utilizam da força, da censura e da perseguição a opositores que são presos, torturados, banidos ou mortos. A Ditadura brasileira prendeu, torturou, baniu e assassinou opositores. Entre os instrumentos de tortura utilizados pela Ditadura estava o pau-de-arara. Paus-de-arara foram inventados para castigar escravos até a Abolição.

13 de maio de 1888 é a data da Abolição. A Abolição foi fruto das lutas dos abolicionistas e das lutas dos negros que se revoltavam contra a escravidão. Revolta é o nome que se dá a manifestação de insubmissão coletiva contra as autoridades. Autoridade é o nome de quem exerce o poder. A maior autoridade do Brasil é Michel Temer, que é presidente, mas não foi eleito. Temer é um político. A maioria dos políticos não gosta de historiadores. Historiadores são profissionais que no presente e no futuro vão dar aulas, escrever e incomodar quem não quer falar sobre a escravidão, o nazismo, o golpe e as lutas dos trabalhadores do mundo.