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Especiais
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Marx: 200 anos de crítica ao capitalismo

Guilherme Leite Gonçalves, Professor de Sociologia do Direito da UERJ

Como compreender a sociedade capitalista moderna sem teoria do valor ou do dinheiro? Sem a noção de fetichismo da mercadoria? É possível falar sobre a última década sem o conceito de capital fictício ou de crise?

Marx investigou as estruturas fundamentais da dinâmica capitalista, o que lhe permitiu oferecer uma teoria de longo alcance. Em seu núcleo, a operacionalização de uma relação de contradição, segundo a qual, no capitalismo, a coesão social posta nega a desagregação social, mas a transforma em pressuposta. Com isso, lançou luzes sobre a engrenagem de um sistema que gera riqueza e pobreza, crescimento e desemprego, poupança e dívida. Essa crítica do capitalismo é sucedida de uma sequencia de categorias extraídas de dados concretos. Se tais categorias podem ser confirmadas ou falsificadas, a crítica permanece. Há sempre um elemento vivo na desagregação negada que não pode ser quantificado. É indeterminado, possibilitando que as leituras de Marx percorram múltiplos caminhos.

Mas Marx nos legou uma teoria da sociedade?

Suas categorias nos levam a responder positivamente. Sua crítica do capitalismo, não. Lembre-se que o subtítulo de O Capital é Crítica da Economia Política. Marx aceita os postulados de Adam Smith e David Ricardo, e extrai de suas próprias conclusões um conjunto de contradições. Trata-se de uma crítica imanente. Isto é: utiliza o critério que se inscreve na própria teoria a ser criticada, demonstrando que tal critério contem o oposto do que fora enunciado. Assim, sua descrição do caráter contraditório do capitalismo é demonstrada com base nas contradições retiradas dos próprios postulados dos economistas clássicos. Há na crítica de Marx um sentido parasitário.

Tem-se um princípio positivo de emancipação?

Apenas em poucas frases; uma agulha no palheiro. Marx formulou uma teoria crítica de vocação analítica. Assume que a norma é parte integrante da sua existência material. Sua premissa é a unidade entre o real e o racional e que o dever ser, simplesmente, é. Marx não compara o normativamente indicado pelo projeto moderno com uma realidade supostamente desviante. Isto é: em seu funcionamento, os princípios da liberdade e igualdade produzem seu oposto. Se o dever ser já se encontra realizado em meio às violências do sistema capitalista, o que resta? Uma teoria crítica do capitalismo, cuja força analítica é tanto necessária quanto atual.

Confira outros textos do Especial Marx 200:

1) Marx, o incendiário. Por Valério Arcary

2) A atualidade de Marx em seu aniversário de 200 anos: A classe trabalhadora. Por Marcelo Badaró

3) Educação e formação humana em Marx e Engels. Por Artemis Martins

4) Como me tornei um marxista. Por Carlos Zacarias

5) 200 anos de Marx: Reflexões sobre a luta antirracista Por Matheus Gomes

6) A exceção contida na regra: Marx e a dialética da democracia liberal. Por Felipe Demier

7) Karl Marx: seu nome viverá através de séculos. Por Henrique Canary 

8) Parabéns, Karl. Por Ivan Dias Martins

9) Estudar Marx fora e dentro das universidades. Por Demian Melo

10) O encontro de Marx com a economia política. Por Macello Musto

11) Karl Marx e o capital: O detetive que queria desvendar a suprema intriga. Por Francisco Louçã

12) Marx e o caso Vogt: Apontamentos para uma biografia intelectual (1860-1861). Por Marcello Musto

Marcado como:
Marx 200