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OPRESSÕES

Intolerância religiosa é racismo de Estado

Por: Kátia Ferreira, do Rio de Janeiro, RJ

Se não bastasse toda a conjuntura, difícil, dura e ataques monstruosos à classe trabalhadora, sem trabalho, saúde e educação no Rio de Janeiro, estamos convivendo com um intenso racismo religioso, uma verdadeira e intensa campanha contra as religiões de origens Africanas. Não se tem o controle, está acontecendo da  Zona Sul aos bairros da periferia. Alguns templos já sofreram dois, ou três ataques.

Em algumas comunidades estão impondo algumas regras: não pode vestir branco, usar guias, não pode usar turbantes, as casas e templos não podem funcionar, nos casos extremos são expulsos das comunidades.

Para se ter uma ideia do que está acontecendo, está saindo do papel a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância, que segundo o número que seguem, já está pronta para funcionar.

A Secretaria de Direitos Humanos da Presidência atendeu pelo Disque 100, em 2011, a 15 casos; em 2015, a 556; e no ano passado, a 759, sendo que as principais vítimas são os filhos de santo.

No estado do Rio de Janeiro, a Secretaria de Direitos Humanos atendeu em 2011 a três chamadas. Quatro anos depois, a 36. Em 2016, a 70. E entre julho e agosto de 2017 atendeu a 31 casos. Desses, sete em Nova Iguaçu, na Baixada Fluminense, nos últimos 15 dias.

Estamos retrocedendo, voltando ao período escravocrata.

Pode não parecer, mas há tempos que a imprensa divulga casos nas escolas, discriminação de crianças ou adolescentes que de uma maneira usa trajes com essas características e que são alijadas da convivência com as outras crianças. Isso se passa também com crianças que são evangélicas.

Tem uma polêmica na Educação no que diz respeito ao conteúdo da matéria de Estudos Religiosos, que omitem as religiões de matrizes africanas.

Há dez anos é realizada no Rio de Janeiro a Caminhada contra a Intolerância e esse ano ela tem um quê a mais: Racismo.

O debate está dado, em qualquer lugar que se vá as pessoas estão comentando esses absurdos e, no sábado, líderes religiosos de toda sociedade civil irão se encontrar para debater estratégias para conter esse ataque e outros mais.

Temos uma Prefeitura sob a batuta de um Ministro da Igreja, no segundo lugar na disputa eleitoral para a Presidência em 2018, temos Bolsonaro. É urgente que se tome uma atitude. É nescessária a construção de um Fórum com todos os companheiros e companheiras que tem sua militância na questão racial. Se tem alguma dúvida de que é RACISMO? Para se discutir uma estratégia de luta e combate a esse engodo de Democracia Racial, passando pelos três feitores, Clivella, Pezão e Temer.

Começamos pela participação na Caminhada Contra a Intolerância Religiosa, domingo, 17 de setembro, às 13h, no posto 06, em Copacabana.  A concentração é a partir das 10h.

Chamada para a caminhada domingo, em Copacabana, no Rio de Janeiro

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Foto: google imagens