O Fora Temer que vem da favela

Por: Morghana Benevenuto, de Porto Alegre, RS

Temer Jamais, uma das tantas palavras de protesto que surgiram desde que Michel Temer tornou-se presidente ilegítimo, também é título de um som vindo direto do bairro Rubem Berta, mais conhecido como COHAB, na Zona Norte de Porto Alegre. Bairro majoritariamente negro e que concentra um dos maiores índices de violência da capital, também é um lugar de produção de arte e cultura.

O rap Temer Jamais foi produzido por DJ Panda e DJ Mart e tem como intérpretes o próprio DJ Panda, Nego Deeh, Samora M. e Tuio Nunes, um dos criadores e organizadores do Projeto Pegada Preta, que inclusive já rendeu matéria para o Esquerda Online. Todos oriundos da mesma COHAB, sentindo os impactos da crise econômica e política no seu cotidiano e compartilhando a mesma revolta com o governo golpista de Temer.

Não renunciarei, essa é minha lei, fui eu que criei”
A frase acima faz parte do refrão da música, mas também demonstra que tipo de governo os trabalhadores e a juventude estão enfrentando: um governo autoritário e cada vez mais preocupado em garantir a retirada de direitos básicos. Retirada de direitos que não escapa dos próximos versos do rap Temer Jamais. “Tu trabalha a vida toda pra no final do ciclo não se aposentar”. Em síntese, a Reforma da Previdência é exatamente o que Nego Deeh fala em suas rimas.

Não ficando para trás, Tuio Nunes e Samora M. expressam os sentimentos de revolta e descontentamento com o governo presentes na maioria da população, desde a “palhaçada presidencial” às manifestações, aliás, “Favela em Brasília, já pensou?”

O Fora Temer que sai das favelas está presente nas mais diferentes formas de manifestações, e através da arte independente ele também se expressa. É preciso valorizar mais iniciativas como essas se quisermos enegrecer cada vez mais os protestos e as mobilizações contra essa corja que governa o país.

E para quem ficou com curiosidade, link da música, abaixo: