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OPINIÃO | 30 de Junho: primeiras impressões

Por: Marina Meneghel*, de Porto Alegre, RS
professora da rede municipal de Porto Alegre, militante do coletivo Alicerce e da Nova Organização Socialista

Na última sexta-feira, 30 de junho, não conseguimos fazer uma greve geral como o dia 28 de abril. Foi um dia de paralisações e mobilizações no país, com algumas cidades, principalmente no Nordeste, conseguindo transformar em greve geral. Certamente, não há compromisso das principais centrais sindicais com o fim das reformas. Está havendo um grande acordo nacional para livrar a cabeça dos corruptos.

Enquanto a polícia nos massacrava nas ruas, porque foi isso que fizeram, Aécio estava sendo absolvido, e Lula questionando a falta de provas contra Temer. O acordo se dará por cima, infelizmente entre a dita esquerda (o PT e seus aliados, que para mim não são mais esquerda há tempos), e a direita clássica (PMDB e PSDB), além, obviamente, do empresariado que é representado por essas forças políticas. Nós que vivemos do nosso trabalho, e aí não falo somente de servidores públicos, falo também dos trabalhadores autônomos, dos pequenos empresários, dos trabalhadores terceirizados e informais, todos nós pagaremos por essa crise criada por eles que estão no poder.

Estas forças políticas e principalmente seus representados vão abocanhar 22% do orçamento geral da união que a Previdência Social (que é superavitária) representa, acompanhando os outros 47% que atualmente já estão comprometidos com o pagamento da dívida pública. Ou seja, vão ROUBAR em torno de 69% do fundo público em prol de rentistas da dívida pública, que são os bancos e monopólios. Vão congelar em 20 anos o investimento em saúde, educação e seguridade social. Como querem acabar com a violência e demais problemas sociais desta forma? Vão tornar nossa classe trabalhadora ainda mais pobre, ainda mais ignorante politicamente com a Reforma Trabalhista, que terceirizará em torno de 80% dos trabalhadores e colocará pessoas num trabalho análogo à escravidão.

São tantas injustiças…
A última sexta foi um importante dia de lutas. A conta de não ter sido uma greve geral deve ser cobrada daqueles que organizam em torno de sete milhões de trabalhadores, as centrais sindicais (CUT, CTB, Força Sindical) que estão juntas no acordo com os de cima, enquanto 94% da população é contra a Reforma Trabalhista e 95% é contra a Reforma da Previdência.

A esquerda precisa ir para as ruas, se conectar com as demandas da população e potencializar essa revolta para que mais pessoas ocupem as ruas. As transformações radicais, no sentido de ir à raiz dos problemas, vêm de baixo. É preciso protestar, se organizar, resistir a tudo isso e nesse processo buscar alternativas e construir um projeto de sociedade que resolva os problemas do povo que vive do seu trabalho.

*o texto reflete a opinião do autor e, não necessariamente, a linha editorial do Esquerda Online.