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BRASIL

Temer nega, mas não convence

Da Redação

Na noite desta quarta-feira (18), o Planalto divulgou, a partir da Secretaria de Comunicação, uma nota oficial a partir da qual o presidente Michel Temer (PMDB) nega o depoimento do empresário da JBS Joesley Batista sobre o pedido de silenciamento de Eduardo Cunha, mas admite o encontro. Apesar de alegar “tranquilidade”, após ficar sabendo da notícia, o peemedebista teve a reunião marcada para a noite desta quarta com parlamentares, cancelada.

“O presidente Michel Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar”, diz o documento.

Apesar de negar, admite ter se encontrado com Joesley há pouco mais de um mês, no Palácio do Jaburu. “O encontro com o empresário Joesley Batista ocorreu no começo de março, no Palácio do Jaburu, mas não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República”, continua o pronunciamento oficial.

Além da nota oficial, o deputado Alfredo Kaefer (PSL-PR) contou que o presidente estaria “tranquilo” e que teria afirmado aos parlamentares e ministros que se reuniam com ele, que “A vida continua”. Ainda, teria dito: “Como sempre, tenho agenda amanhã às oito horas”. O presidente teria emendado: “vida que segue”.

Alguns parlamentares que teriam reunião agendada com o presidente teriam sido dispensados após a publicação da notícia sobre a gravação da conversa de Temer com o presidente da JBS, divulgada às 19h30 desta quarta. Apesar do presidente não admitir, a rotina no planalto já teria mudado naquele exato momento. O encontro foi cancelado.

Apenas alguns parlamentares teriam permanecido para falar com o peemedebista. Entre eles, apoiadores da reforma da Previdência e o presidente da Câmara dos Deputados e também investigado por escândalos de corrupção, o deputado Rodrigo Maia (DEM-RJ). É Maia que deverá aceitar, ou não o pedido de impeachment de Temer apresentado à casa. Só nesta quarta, duas solicitações de deposição do presidente foram encaminhadas.

Mesmo com compromissos cancelados, Temer saiu do Planalto por volta das 22h, segundo informou assessoria de imprensa. No momento, acontecia o protesto que pede a saída imediata do presidente do cargo. No ato, um militante foi preso acusado de desacato, após repressão da polícia na tentativa de impedir a livre manifestação.

Leia a íntegra da nota divulgada pelo Planalto:  

“O presidente Michel Temer jamais solicitou pagamentos para obter o silêncio do ex-deputado Eduardo Cunha. Não participou e nem autorizou qualquer movimento com o objetivo de evitar delação ou colaboração com a Justiça pelo ex-parlamentar.

O encontro com o empresário Joesley Batista ocorreu no começo de março, no Palácio do Jaburu, mas não houve no diálogo nada que comprometesse a conduta do presidente da República.

O presidente defende ampla e profunda investigação para apurar todas as denúncias veiculadas pela imprensa, com a responsabilização dos eventuais envolvidos em quaisquer ilícitos que venham a ser comprovados”.

Foto: EBC