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MOVIMENTO

Frente de Esquerda Socialista lança nota sobre próximos passos da luta contra Temer e suas reformas

Da Redação

Na tarde desta terça-feira (16), a aproximadamente uma semana da marcha a brasília convocada pelas centrais sindicais, a Frente de Esquerda Socialista lançou uma nota sobre o que considera os próximos passos para intensificar a luta contra o presidente Michel Temer (PMDB) e as contrarreformas apresentadas por seu governo. Divulgamos abaixo, na íntegra:

“OCUPAR BRASÍLIA E CONSTRUIR UMA NOVA GREVE GERAL

Declaração da Frente de Esquerda Socialista – RJ

A greve geral do dia 28/4, marcada pelas nove centrais sindicais e três frentes de luta, foi um importante triunfo, sendo a primeira greve geral do Brasil no século XXI, uma das maiores em décadas. Diante de um cenário de grandes ataques à classe trabalhadora brasileira, como a aprovação da PEC 55, da Lei das Terceirizações e a aprovação da Reforma Política excludente no Senado, os trabalhadores desde as jornadas de março vinham protagonizando importantes lutas e greves. Com o êxito da greve geral do último dia 28, podemos afirmar que a resistência está em um novo patamar. A questão colocada, neste momento, é como dar continuidade a esse processo de luta.

O governo foi, desde já, obrigado a mudar de discurso. Se durante o dia 28 a Presidência de forma temerária ensaiava uma narrativa de que o movimento foi um fracasso, ao final do dia contentou-se com a criminalização do mesmo, sem ser capaz de invisibilizá-lo. Fato é que a mobilização do dia 28/04 demonstrou que é possível derrotar a reforma trabalhista e a reforma previdenciária. A classe trabalhadora deu uma imensa demonstração de força e parou o país. Nem a imensa propaganda do governo e da grande mídia foram capazes de confundir as pessoas. A ampla maioria do povo apoiou a Greve e está contra essas reformas. Segundo as últimas pesquisas, o governo Temer já amarga minúsculos 4% de aprovação.

Na falha em construir consensos que fragilizariam a resistência às reformas neoliberais do governo ilegítimo, o braço armado do Estado se intensifica na criminalização dos/as lutadores/as, como vimos nas fortes repressões aos atos na greve geral e nas prisões de militantes do MTST. O governo ilegítimo de Temer, embora fragilizado, acelerou o trâmite das reformas da Previdência e Trabalhista. A proposta de Reforma da Previdência foi aprovada na Comissão Especial que analisa o projeto por uma margem inferior ao esperado. O governo negocia com parlamentares a aprovação do projeto e as projeções indicam que ainda não há maioria.

A Reforma Trabalhista, que muda mais de cem artigos da CLT (Consolidação das Leis Trabalhistas) foi aprovada na Câmara na véspera da greve geral. Agora, o governo quer a aprovação em turno único no Senado. Neste momento, o projeto está tramitando em três comissões de apreciação na casa. A previsão para sua votação é no início de junho.

Apesar de sua imensa impopularidade, Temer não pretende recuar das reformas. Não podemos, tampouco, confiar nesse Congresso majoritariamente ocupado por corruptos. Temos apenas uma oportunidade para a vitória: aumentar a mobilização que está em crescente e questionar o governo Temer e as reformas. A greve geral de 28 de abril foi um primeiro passo. A marcha a Brasília é uma manifestação também de força, mas devemos apontar, desde já, a construção imediata de uma nova data de greve geral.

A perspectiva da Frente de Esquerda Socialista é manter unificada o conjunto da classe trabalhadora na luta contra as reformas trabalhista e da previdência, e na luta para derrubar Michel Temer. Para isso, o conjunto das centrais e frentes não podem vacilar, uma nova greve geral é necessária e pode ser ainda mais vitoriosa do que a de 28 de abril, seja ela de 24 horas ou 48 horas.

Apoiamos a iniciativa da Marcha para Brasília, no dia 24 de maio, ao mesmo tempo em que reconhecemos que nossa maior força é e sempre será a possibilidade de parar o Brasil para pressionar o Congresso corrupto a recuar definitivamente em seu plano de acabar com a aposentadoria e toda a legislação trabalhista atual. O impacto de mais de 35 milhões de trabalhadores/as parados/as em todo o Brasil é inigualável. Mesmo assim, nós da Frente de Esquerda Socialista estamos construindo desde já a maior mobilização possível para Brasília, a partir de caravanas locais e forte mobilização de base.

Para além desta grande mobilização nacional, fortalecemos as iniciativas de comitês de base contra as reformas, nos bairros, locais de trabalho e estudo, no sentido de impulsionar de baixo para a cima a organização de todas/os as/os exploradas/os do país na defesa de nossos direitos. Nem um direito a menos, contra as reformas neoliberais e pelo Fora Temer, rumo a uma nova greve geral no país.

Esse cenário de crescimento das mobilizações e de fortalecimento da resistência da classe trabalhadora intensifica, também, a urgência de construir uma nova alternativa política para o país. Não confiamos que essa tarefa poderá surgir com o apoio do juiz Sergio Moro e de uma justiça que de cega não tem nada. Basta ver que, enquanto Eike Batista é libertado, Rafael Braga é condenado e permanece encarcerado como um autêntico preso político.

Tampouco acreditamos que o projeto “Lula 2018” nos ofereça uma saída. Todos os passos do ex-presidente sinalizam sua aposta em reeditar um governo de conciliação de classes no país, um modelo que julgamos esgotado, pois significou jamais enfrentar os interesses mais de fundo de banqueiros e latifundiários.

A crise econômica levou a classe dominante deste país a buscar implementar um programa radical de ataques aos direitos do povo pobre. Para que a classe trabalhadora dê uma resposta à altura, também no plano político, é preciso defender um programa alternativo desde uma frente de independência de classe, sem alianças com empresários e seus representantes políticos. Por essa razão, é cada vez mais urgente que partidos como o PSOL, PCB e PSTU e movimentos como o MTST, conformem uma Frente de Esquerda Socialista, a fim de oferecerem uma saída independente para a crise em que nos encontramos.

#ForaTemer e suas contrarreformas!

Todas e todos à Marcha a Brasília!
Por uma nova greve geral, já!

Chamamos o PSOL, PCB, PSTU e MTST a formarem uma Frente de Esquerda Socialista”!