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EDITORIAL

Discurso do 1° de maio do presidente que odeia trabalhador

Editorial 02 de maio

Michel Temer (PMDB) tem sido o presidente das sombras e das negociações palacianas. Não tem sido seu forte o diálogo, a conversa. Faz jus, assim, ao golpe parlamentar tramado em conluio com Eduardo Cunha (PMDB), um Congresso corrupto, a grande mídia e os grandes empresários brasileiros.

Seus poucos pronunciamentos não escondem sua aversão ao povo. Sua incapacidade de compreender a vida do trabalhador brasileiro, a opressão sofrida pelas mulheres e tantos outros problemas sofridos na pele pelo povo do país. É difícil ouvi-los vivendo de privilégios no Alto de Pinheiros, em São Paulo. Temer casou perfeitamente com as ideias retrógradas e antipopulares da elite brasileira. Aversão ao povo é a marca do seu governo. Seu conforto está dentro dos muros do Palácio do Jaburu, em Brasília.

Seu pronunciamento de primeiro de maio não deixou de ser diferente. Mais uma vez virou de costas ao trabalhador. Desconsiderando que pesquisas indicam que 71% dos brasileiros são contras a reformas, soltou um vídeo na internet defendendo os benefícios da Reforma Trabalhista para o trabalhador brasileiro. O presidente odiado foge dos pronunciamentos da TV para não haver espaços para protestos.

O centro do seu pronunciamento foi a defesa da “modernização das leis trabalhistas” que, segundo ele, vai trazer mais empregos. Afirma, ainda, que os trabalhadores têm seus direitos garantidos com as novas leis, que a Reforma Trabalhista vai trazer mais harmonia e diálogo entre patrões e empregados, segundo a peça publicitária. Bem, parece que Temer esqueceu os 14 milhões de desempregados que só aumentam no seu governo e as pesquisas que indicam que a maioria da população é contra a Reforma Trabalhista.

O curioso é que foi em um 1° de maio, em 1943, portanto, há 74 anos, que foi apresentada aos trabalhadores a Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), uma conquista histórica para os trabalhadores Brasileiros.

A CLT resistiu à Ditadura Militar e a todos os governos que passaram depois da redemocratização. Isso somente foi possível pela luta do proletariado brasileiro nos últimos 40 anos.  É bom que se diga que não estamos perante uma reforma, mas diante do fim de uma legislação que garantiu conquistas já consolidadas há mais de 70 anos.

São mais de 100 mudanças na CLT. A perda de direitos é a grande marca da Reforma Trabalhista. A maior parte dos especialistas em Direito Trabalhista e da Justiça do Trabalho alertam para o retrocesso histórico em curso. Mas por que será que Temer vai contra a vontade da população, dos especialistas? Seria um suicídio político? Definitivamente, não.

A postura intransigente e decidida de Temer representa uma decisão dos setores mais organizados da burguesia brasileira.  Eles têm um plano traçado. É preciso acabar com as leis trabalhistas e com a previdência pública. O golpe parlamentar tem esse fim. Por isso, mesmo com a força da greve geral, a linha do governo é acelerar o trâmite das reformas. Seu pronunciamento de 1º de maio veio para reafirmar isso.

A Resistência
A greve geral que aconteceu no dia 28 de abril foi histórica, demonstrou a força dos trabalhadores em movimento. A história do país nos dá motivos para ter esperança. Quando a classe trabalhadora brasileira se moveu como gigante social, grandes mudanças ocorreram no Brasil, como o fim da ditadura.

Mais do que nunca, é preciso ter a consciência de que o grande ataque representado pelas reformas exige a mais ampla frente única para enfrentá-las e desenvolver o processo de luta em curso.

As Centrais Sindicais indicaram a possibilidade de dois dias de greve geral e, ou, de uma grande marcha a Brasília.

Os próximos dias vão valer por anos. A batalha em defesa dos nossos direitos é histórica. O caminho é construir uma greve geral ainda maior do que a do dia 28 de abril, apostar todas as fichas na mobilização da classe trabalhadora, da juventude e do povo.  Vamos resistir!

Foto: Reprodução Pronunciamento Michel Temer | Youtube