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MOVIMENTO

A esquerda retoma o DCE da UnB

Por: Jadson Lima e Scarlett Rocha*, de Brasília, DF

Nos dias 05 e 06 de abril foi realizada a maior eleição estudantil da história da Universidade de Brasília. A eleição contou com a participação de 12.125 estudantes e resultou na grande vitória da chapa Todas As Vozes, eleita com mais de 7.017 votos e havendo colocado 2.208 votos de diferença em relação à chapa da situação.

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Integrantes e apoiadores da chapa Todas as Vozes, que venceu as eleições do DCE da UnB

A chapa Toda as Vozes foi formada por mais de 400 estudantes, entre independentes e ativistas de 10 coletivos de juventude da esquerda, dentre os quais a Juventude do MAIS, RUA, Juntos, Levente Popular da Juventude, Juventude Revolução e UJS.

Desde 2011, o DCE da UnB estava sob a gestão do grupo político de direita Aliança Pela Liberdade, uma organização que se esconde atrás de um discurso pretensamente apartidário e neutro, que defende a presença ostensiva da PM no Campus, a privatização dos serviços públicos, se perfila no campo de defesa das reformas patrocinadas pelo governo Temer, e que se notabilizou por esvaziar as instâncias legítimas e históricas do Movimento Estudantil na universidade.

Relembrando o papel cumprindo durante os períodos de chumbo da Ditadura Militar, a UnB nesses tempos de golpe e retirada de direitos se tornou um território de resistência. Seguindo o exemplo da onda de ocupações de escolas realizadas pelos estudantes secundaristas de São Paulo e do Paraná, no ano passado os estudantes da UnB ocuparam a universidade para lutar contra a PEC do Teto dos Gastos, o golpe parlamentar e pelo fim do governo Temer.

Como continuidade da resistência, os estudantes reconheceram seu papel diante da atual realidade do país e decidiram construir uma campanha histórica, pautada por uma grande unidade da esquerda, com o objetivo fundamental de derrotar a direita que dirigia o DCE e colocar o DCE a serviço das lutas contra as reformas da Previdência e Trabalhista, contra as terceirizações, contra todas as formas de opressão e em defesa da educação pública e dos serviços públicos, a começar pela construção da greve geral no dia 28 de abril.

A histórica votação garantida pelos estudantes e a maiúscula vantagem conquistada pela chapa de unidade da esquerda contra a Aliança da direita, representam a liberação de energias militantes transformadoras e indicam a disposição da maioria dos estudantes da universidade de enfrentar, nas ruas, as reformas que condenam o futuro da juventude, o racismo, o machismo e a LBTfobia dos grupos de direita.

Cabe agora, à nova gestão, corresponder e fazer face aos anseios expressos nas urnas. Atuar no interior da nova gestão para que esses anseios sejam correspondidos é o compromisso assumido pelos e pelas militantes da Juventude do MAIS na UnB.

*São militantes do MAIS na UNB