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CULTURA

Olinda: carnaval da liberdade, da irreverência, da acidez, do contato, da insustentável leveza do ser

Por: Maria Rita Albuquerque, de Olinda, PE.

“Eu tenho mais que tá nessa
Fazendo mesura na ponta do pé
Quando o frevo começa
Ninguém me segura
Vem ver como é

O frevo madruga
Lá em São José
Depois em Olinda
Na Praça do Jacaré
Bom demais, bom demais
Bom demais, bom demais
Menina vem depressa
Que esse frevo é bom demais”

Alceu Valença

Me pediram pra escrever um texto sobre o Carnaval de Olinda. Uma inquietação surgiu se seria impossível algo impessoal, em terceira pessoa… Meu olhar pro Carnaval é algo tipo Bentinho a observar Capitu, uma mistura de admiração e posse.

Ré confessa, passo assim a descrever a minha ilusão amorosa de maneira passional e em mil tons. De certo somente o frevo, suor e axé!

O meu Carnaval é o Carnaval do “como quiser ser”, não existem regras ou normas é o carnaval da liberdade, da irreverência, da acidez, do contato, da insustentável leveza do ser.
Você irá escutar um milhão de vezes o “PAM RAM RAM RAM RAM RAM RAM” e vai amá-lo com todas as suas forças porque será uma dos únicos trechos que saberá cantar, afinal decorar versos como “ Eu quero ver se o carnaval de rua de Colins e Luis Amistrong já disse vai bem” não é coisa pra iniciantes.

Pode também preferir uma sombra e água fresca na Rua do Bomfim, ou o sobe e desce da Ladeira de São Pedro acompanhando as orquestrinhas da prefeitura. Mas o folião com F maiúsculo é aquele que não deixa de conhecer os principais blocos que a duras penas sustentam esse carnaval democrático como ele é. Aí fica a dica de cultura e resistência e as palavras mágicas são VASSOURINHAS, ELEFANTE, CARIRI, PITOMBEIRA e CEROULA. Não podemos deixar de lado o nosso CALUNGA, o Homem importante e charmoso do nosso Carnaval, o que abre espiritualmente a festa de momo, o O HOMEM DA MEIA NOITE.

Falei dos tradicionais mas existem outros que vale a pena conferir e que ajudam com mistura e irreverência a dar o tom da festa, tais como o BLOCO DO MANGUE, o EU ACHO É POUCO, ESSES BOY TÃO MUITO LOUCO, A SALA DE JUSTIÇA e uns menores, mas não menos importantes, como o PIFEFLOYDE,o BUMBA MEU BOWIE e a EMA GEMEU (esses últimos dicas da brodagem!).

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carnaval / Frevo / Olinda