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O caos do transporte coletivo e as soluções que podemos encontrar

Por: Eliana Penha, de São Paulo, SP

Na última segunda-feira (07), o metrô de São Paulo, entre as estações Itaquera e Patriarca, não estava operando. Um pequeno cartaz nas grades do portão da estação Itaquera dizia que era uma “falha” em um dos trens e que não havia previsão para voltar à normalidade. Simples assim. Para quem precisava chegar na estação de Itaquera, a solução era descer na estação Tatuapé e pegar o trem da CPTM. Para as demais estações havia ônibus, porém, além de demorar muito, tanto o trem quanto os ônibus estavam muito cheios. Um desrespeito a quem paga uma tarifa altíssima para um serviço que é um direito garantido na Constituição: “transporte, direito do cidadão, dever do Estado”.

O transporte, chamado erroneamente de público, pois quando não é totalmente oferecido pelo setor privado, é de capital misto, deveria ser de alta qualidade para fazer jus ao valor exorbitante da tarifa. Mas não é assim que funciona.

Tratado como mercadoria, o transporte coletivo, que já foi estatal, rende aos empresários do setor altos lucros. Além da passagem comum, eles recebem subsídios da prefeitura para custear as gratuidades dos estudantes, maiores de sessenta anos e as viagens dentro do prazo d bilhete único. Além disto, motoristas e cobradores têm extensas jornadas de trabalho, sem contar os/as trabalhadores/trabalhadoras terceirizados do setor, que são ainda mais explorados. Por isso temos um dos transportes coletivos mais caros do mundo e de péssima qualidade.

É preciso mudar esta situação. Para isso, é necessário que se abram as planilhas de custo das empresas, prefeitura e do governo do Estado. Precisamos saber como é composta a tarifa, qual é o lucro real que a exploração deste direito proporciona. Desta forma, a população poderá questionar e exigir que este serviço seja prestado com qualidade. Também poderá exigir que o transporte seja público e que paguemos apenas uma tarifa social rumo à tarifa zero para todos.

Quando falamos de educação ou saúde, sempre dizemos que tem que ser pública e de qualidade. Com o transporte não pode ser diferente, nós já pagamos diversos impostos que deveriam ser revertidos em melhorias na infra-estrutura de todos os setores da sociedade.

Por um transporte realmente público, de qualidade e com tarifa zero.

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Transporte Público