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BRASIL

Desemprego atinge 12,3 milhões e tem maior taxa desde 2012

Da Redação

Na manhã dessa terça-feira (31), foram divulgados os dados da PNAD Contínua, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatísticas (IBGE). Segundo a pesquisa, o 4º trimestre de 2016 apresentou a maior taxa de desemprego da série, que iniciou em 2012. Ao todo, são 12,3 milhões de pessoas desocupadas no país, índice 2,7% maior do que o primeiro trimestre do ano passado e 36% a mais do que os identificados no mesmo trimestre do ano anterior, 2015. Isso representa um aumento de 3,3 milhões de pessoas desempregadas em um ano. Os dados ainda apontam que as ocupações estão mais precárias, com diminuição dos trabalhos com carteira assinada. Setor privado e indústria estão entre os mais atingidos.

De acordo com o IBGE, em 2016, a taxa de desocupação média subiu 37% em relação a 2015. São 37% a mais de desempregados. Totalizou em 11,5%, ou 11,8 milhões. No ano anterior, esse índice era de 8,5% e atingia 8,6 milhões de pessoas. A população ocupada também caiu no ano, de 92,1 milhões para 90,4 milhões.

Carteira Assinada
Além das demissões, muitos trabalhadores sofreram no período com a flexibilização dos direitos. O número de ocupados com carteira de trabalho assinada reduziu. De 2015 para 2016, 1,4 milhão de pessoas perderam o acesso. O recuo foi de (-3,9%), de 35,7 milhões para 34,3 milhões.

Setor privado
Ainda de acordo com os dados da pesquisa Pnad, o total de pessoas com alguma ocupação de outubro a dezembro de 2016 no Brasil foi de 90,3 milhões. Desse total, 34 milhões possuem carteira de trabalho no setor privado. O índice ficou estável se comparado ao terceiro trimestre do ano, de julho a setembro, mas apresentou queda de 3,9% se comparado a 2015.

Com isso, a categoria dos empregados sem carteira assinada no setor privado aumentou 2,4% no mesmo período, 248 mil a mais, totalizando em 10,5 milhões de pessoas. Em relação a 2015, esse índice subiu em 4,8%, totalizando em 481 mil pessoas a mais que trabalham no setor privado sem registro na carteira.

Para piorar, fechou o ano com diminuição do rendimento médio. O setor privado sem carteira foi o único a obter queda do rendimento médio real habitual de outubro a dezembro, se comparado ao período de julho a setembro de 2016, com diminuição de de 3,7%.

Trabalhadores por conta própria
Outra categoria que aumentou foi dos que trabalham por conta própria. Do terceiro para o quarto trimestre, 274 mil pessoas a mais passaram a se enquadrar nesse caso, um aumento de 1,3%, totalizando em 22,1 milhões pessoas. No entanto, se comparado o 4º trimestre de 2015 e o mesmo período de 2016, esse índice reduziu em 3,4%, o que totalizou em menos 784 mil pessoas.

As demais categorias não apresentaram variação. Na comparação com o trimestre de outubro a dezembro de 2015, os ocupados por conta própria tiveram queda no rendimento nesta estimativa (-3,5%). Para as demais categorias a variação observada não foi significativa.

Rendimento
Outro índice que sofreu redução foi o rendimento médio real habitual de todos os trabalhadores, que em 2015 era de R$ 2.076 e passou para R$ 2.029, ou seja, o brasileiro passou a também ganhar menos, na média geral anual. Essa diminuição entre os dois anos foi alcançada a partir de estabilidade. O índice apresentado no quarto trimestre de 2016 não sofreu muita mudança em relação ao mesmo trimestre de 2015, nem em relação ao período de julho a setembro de 2016. Fechou no quarto trimestre em R$ 2.043. O setor público foi o único que apresentou elevação do rendimento médio real, de 2,2%.

Indústria
Dos setores, a indústria apresentou queda no rendimento médio real habitual de 3,9% do terceiro para o quarto trimestre de 2016 e de 4,6% se comparado ao mesmo período de 2015, o que mais foi atingido, o único que sofreu alteração no período.

Foto: EBC