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TJ mantém a liminar que suspende o aumento dos vereadores em São Paulo

Na tarde desta sexta-feira, 13 de janeiro, o TJ de São Paulo manteve a liminar que suspendeu o aumento dos vereadores de São Paulo. O presidente da Câmara Milton Leite (DEM) havia recorrido da decisão de primeira instância.

 A Ação Popular foi movida pela bancária Juliana Donato: “precisávamos fazer alguma coisa, o salário dos vereadores já é um absurdo e este aumento de 26% é ilegítimo e imoral”.

 Os valores

Um vereador em São Paulo ganha R$ 15.031,76, este valor é mais de seis vezes maior que o salário médio do trabalhador brasileiro, quase quatro vezes maior do que o salário de um bancário e quase oito vezes maior do que de um professor na cidade de São Paulo.

 O aumento aprovado no final de 2016 era de 26,3% . O salário médio, no entanto caiu 7,5% em 2016. Em muitos estados do país os servidores públicos estão sem receber, o país tem 12 milhões de desempregados, mas os vereadores de São Paulo acham justo que seu vencimento seja de R$ 18.991,68.

 A votação

Apenas 11 vereadores votaram contra o aumento, enquanto 30 votaram favoráveis. A bancada do PT cumpriu um papel lamentável, dando seu voto no projeto de aumento proposto pelo DEM, pelo PSD e pelo PTB.

 Entre os atuais vereadores do PT, Eduardo Suplicy e Juliana Cardoso se posicionaram contrários. O ex Senador afirmou nas redes sociais: “Não creio que o momento seja adequado para elevação de salários de parlamentares.”

 O vereador Toninho Véspoli do PSOL votou contrário a proposta e a vereadora Sâmia Bonfim, que recém inicia sua legislatura, denunciou o aumento na sua candidatura à presidência da Câmara logo no início de 2017.

 Guerra contra o aumento

 Juliana Donato, representante dos trabalhadores no Conselho de Administração do Banco do Brasil e integrante do MAIS (Movimento por uma Alternativa Independente e Socialista), seguirá a batalha contra o aumento. Nesta sexta feira ela também entrou com uma ação pedindo para ser aceita como Amicus Curiae na ADI da OAB que também pede a cassação do aumento.

Segundo Juliana: “o mais importante é a discussão que este debate pode abrir na sociedade, especialmente entre os trabalhadores e os mais pobres, a esquerda precisa ter posicionamento firme contra os privilégios dos políticos, caso contrário esta bandeira vai ficar na mão de políticos demagógicos como João Dória”.