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Colunas

Vereadores de São Paulo aumentam os próprios salários em 26,3%

Silvia Ferraro

Feminista e educadora, covereadora em São Paulo, com a Bancada Feminista do PSOL. Professora de História da Rede Municipal de São Paulo e integrante do Diretório Nacional do PSOL. Ex-candidata ao Senado por São Paulo. Formada pela Unicamp.

Por: Silvia Ferraro, colunista do Esquerda Online

No apagar das luzes de 2016, na última sessão da Câmara dos Vereadores de São Paulo, eis que a horda faminta por mais dinheiro, 30 sujeitos, resolveram aumentar seus próprios salários em 26,3%.

Em um momento em que o Congresso Nacional aprovou o congelamento dos gastos públicos em saúde e educação por 20 anos, alegando crise nos cofres públicos, em um momento em que estão tramitando a Reforma da Previdência e a flexibilização dos direitos trabalhistas e quando os servidores municipais e estaduais estão sofrendo com o ajuste fiscal dos estados e municípios, temos 30 caras de pau aumentando seus salários para R$19.000.

Teremos que amargar com a gestão de João Dória do PSDB nos próximos quatro anos. O futuro prefeito que diz que vai privatizar tudo, que diz que vai cortar a gratuidade do transporte público para os idosos de 60 a 64 anos e tirar o passe livre dos estudantes, este mesmo senhor, tão preocupado com o dinheiro público, terá, na Câmara Municipal, a prova mais cabal de que a crise é uma desculpa para arrancar os direitos dos trabalhadores, da juventude, e da população mais vulnerável.

Esta votação desmoraliza qualquer medida que João Dória e esta corja do parlamento paulistano possam querer aplicar com a justificativa de fazer economia com o dinheiro público.

É impressionante e lamentável que a bancada do PT tenha votado também para aumentar os salários dos vereadores, provando mais uma vez que este partido entrou na lógica da troca de favores.

O PSOL, através do vereador Toninho Véspoli e também da recém eleita vereadora Sâmia Bonfim, tentaram impedir que a votação se realizasse no dia de hoje, porém, a Câmara preferiu dar mostras da ânsia por garantir seus interesses particulares.

Cabe ao conjunto dos explorados e oprimidos da cidade de São Paulo se unirem contra João Dória e seus asseclas. Terá que ter resistência contra todos os projetos privatizantes e excludentes.